Queimadas quase dobram no Brasil em 2024, alertando para necessidade de controle do uso do fogo em áreas sensíveis.

De acordo com o Monitor do Fogo, do MapBiomas, o Brasil tem enfrentado um aumento significativo no espaço queimado nos últimos anos. Apenas nos 11 primeiros meses de 2024, foram consumidos pelo fogo impressionantes 29,7 milhões de hectares, representando um aumento de 90% em relação ao mesmo período de 2023. Comparando com o ano passado, quando 14 milhões de hectares foram queimados, o aumento é alarmante.

O bioma mais impactado pelas queimadas foi a Amazônia, com 57% do espaço queimado total, equivalente a 19,9 milhões de hectares. Em seguida, o Cerrado foi o segundo bioma mais afetado, com 9,6 milhões de hectares queimados. É importante ressaltar que 85% da área queimada no Cerrado era de vegetação nativa.

No Pantanal, o fogo consumiu 1,9 milhão de hectares no mesmo período, representando um aumento de 68% em relação à média dos últimos cinco anos. Segundo especialistas, a seca extrema, influenciada pelo fenômeno El Niño, foi um dos principais fatores que contribuíram para os elevados números de queimadas.

A diretora de ciência do Ipam, Ane Alencar, alerta para a necessidade de reduzir e controlar o uso do fogo, principalmente em anos com condições climáticas extremas. Ela ressalta que as queimadas comprometem não apenas os biomas mais afetados, como Amazônia e Cerrado, mas também o equilíbrio climático como um todo.

Por outro lado, apesar do aumento das queimadas, houve uma queda no desmatamento, um dos fatores que contribuem para o aumento do fogo. A taxa oficial de desmatamento na Amazônia registrou uma baixa de 30,6% e no Cerrado, de 25,7%. Esses índices são calculados em comparação com os 12 meses imediatamente anteriores.

Diante desses dados alarmantes, os especialistas reforçam a importância de medidas urgentes para conter as queimadas e proteger o meio ambiente no Brasil. A vegetação nativa tem sido o principal alvo do fogo, representando 73% da área queimada em todo o país.

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