Queimadas no Cerrado aumentam 221% em agosto de 2024, com 1,2 milhão de hectares destruídos, aponta relatório do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia.

As savanas do Cerrado vêm enfrentando um aumento alarmante nas áreas queimadas, de acordo com dados do Monitor do Fogo, uma iniciativa da rede MapBiomas coordenada pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam). Em agosto de 2024, houve um aumento de 221% nas áreas queimadas em comparação com o mesmo período no ano anterior. A vegetação destruída, que inclui árvores, arbustos e gramíneas, totalizou 1.239.324 hectares somente no último mês, mais que o dobro do tamanho do Distrito Federal.

Os municípios com maior área queimada no bioma do Cerrado foram Barra do Garças (MT), Nova Nazaré (MT) e Lagoa da Confusão (TO). Mato Grosso e Tocantins foram os estados mais afetados pelas queimadas em agosto de 2024, destacando-se municípios como Campinápolis, Formoso do Araguaia e Pium. Essas áreas, próximas à transição com a Amazônia, fazem parte da fronteira agrícola do Matopiba, uma região de expansão agropecuária no Brasil.

Além das savanas e florestas, os campos alagados do Cerrado também tiveram um aumento de 68% na área queimada em agosto de 2024. Essas áreas, que são sazonalmente alagadas durante a estação chuvosa, acumulam material combustível e se tornam mais suscetíveis a incêndios durante a seca de agosto.

O aumento do fogo nas formações florestais do Cerrado chamou a atenção dos especialistas, com um crescimento de 410% nas áreas atingidas em agosto de 2024. A diretora de Ciência do Ipam, Ane Alencar, ressaltou a importância de conscientizar sobre a preservação do bioma, fundamental para a manutenção do equilíbrio hídrico no país.

O monitoramento do Ipam apontou também um aumento de 219% nas queimadas em áreas agropecuárias do Cerrado em agosto de 2024. Esse cenário se reflete no aumento das emissões de dióxido de carbono, com mais de 135 milhões de toneladas emitidas entre janeiro de 2023 e julho de 2024 devido ao desmatamento na região. A preservação do Cerrado é essencial não apenas para a biodiversidade local, mas também para a sustentabilidade ambiental e o equilíbrio climático em nível global.

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