Queda de avião da Voepass em Vinhedo foi causada por falha no sistema de desgelo, aponta Cenipa em relatório preliminar.

O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos da Força Aérea, conhecido como Cenipa, divulgou nesta sexta-feira (6) informações preliminares sobre a queda do avião da Voepass em Vinhedo, São Paulo, no dia 9 de agosto. O trágico acidente resultou na morte de sessenta e duas pessoas a bordo, incluindo quatro tripulantes.

O voo partiu de Cascavel, no Paraná, com destino ao Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. De acordo com os dados das caixas pretas recuperadas, os pilotos relataram uma falha no sistema de desgelo da aeronave. Eles ligaram e desligaram repetidamente o sistema responsável por evitar o acúmulo de gelo nas asas, porém não declararam emergência ou informaram sobre condições adversas.

Análises meteorológicas apontaram que a temperatura durante o trajeto, do norte do Paraná até São Paulo, estava abaixo de zero grau, o que favoreceu a formação severa de gelo na aeronave. O tenente-coronel Paulo Mendes Fróes ressaltou que o acidente não pode ser atribuído a um único fator, pois diversos elementos podem ter contribuído para a tragédia.

Informações meteorológicas estavam disponíveis antes da decolagem, indicando condições de formação de gelo severo na rota. A tripulação, no entanto, não comunicou emergência aos órgãos de controle do espaço aéreo nem a outras aeronaves próximas. Tanto a manutenção da aeronave quanto o treinamento dos pilotos estavam em conformidade.

As investigações em andamento se concentram em três aspectos principais: fatores humanos, condições da aeronave e desempenho técnico dos tripulantes. O Cenipa destacou que é responsável pela investigação relacionada à segurança dos voos, enquanto as responsabilidades civil e criminal cabem às polícias Federal e Civil. A busca por respostas e a identificação das causas do acidente continuam a mobilizar as autoridades aeronáuticas e os familiares das vítimas.

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