O delegado Daniel Mayer, que está à frente da investigação, revelou detalhes perturbadores sobre a natureza das ameaças. “A mãe tentou interferir na investigação, ameaçando a filha de maneira absurda, inclusive sugerindo que iria suspender uma pensão alimentícia que era paga pelo pai da adolescente”, relatou Mayer. A vítima contou às autoridades que os abusos iniciaram em 2021, quando tinha apenas 13 anos, e só conseguiu se livrar da situação e fazer a denúncia quando completou 16 anos e saiu da casa da mãe.
Apesar das ameaças constantes, a adolescente encontrou coragem para denunciar o padrasto. Durante as investigações, a polícia teve acesso aos áudios enviados pela mãe, que continham ameaças tanto financeiras quanto físicas. “São áudios atribuídos à mãe, extremamente graves. Relatam não apenas ameaças financeiras, mas também físicas”, explicou Mayer.
A mãe da adolescente, de 49 anos, e o padrasto, de 43 anos, foram presos na última sexta-feira (26) sob a acusação de estupro de vulnerável. Esse crime se aplica em situações onde a vítima é uma criança ou adolescente com menos de 14 anos, ou sem discernimento no momento do ato, impossibilitando sua defesa.
O caso provocou grande indignação entre os moradores e autoridades. “É um caso que causa profunda indignação. A pessoa que tinha o maior dever de proteger a adolescente, de ter cuidado, foi, de fato, quem proferiu essas ameaças”, concluiu o delegado Mayer.
Este incidente lamentável levanta questões importantes sobre a segurança e o bem-estar de crianças e adolescentes em situações de vulnerabilidade, destacando a necessidade de medidas rigorosas e eficazes para proteger vítimas de abuso e punir os responsáveis. A história da adolescente de Piranhas não apenas expõe a crueldade de um ato bárbaro, mas também a persistência indomável de uma jovem em busca de justiça.
-
-
-
-
