Quadrilha habilidosa furta milhões em cargas no Aeroporto de Guarulhos com participação de funcionários, revela investigação da Polícia Civil.

A segurança do Terminal de Cargas do Aeroporto Internacional de São Paulo, localizado em Guarulhos, enfrenta sérios desafios devido a uma série de furtos que têm causado prejuízos significativos nas operações logísticas. Nos últimos meses, a Polícia Civil tem investigado um esquema criminoso que parece contar com a colaboração de funcionários terceirizados do aeroporto. As autoridades registraram diversas ocorrências em que criminosos, munidos de documentos falsificados e equipamentos de movimentação, conseguiram subtrair mercadorias de alto valor diretamente das dependências do maior aeroporto do país.

O Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) de São Paulo iniciou uma investigação sobre o caso em maio, levando à captura de três indivíduos suspeitos de integrar a quadrilha, numa operação que culminou com a execução de oito mandados de busca e apreensão. A dinâmica dos furtos sugere uma operação metódica, onde os criminosos tiram vantagem de falhas na segurança interna e na confiança depositada nos colaboradores do terminal. Em um dos episódios mais notáveis, uma carga de medicamentos oncológicos avaliada em mais de R$ 16 milhões foi furtada, utilizando um veículo que apresentou um recibo aparentemente falso para retirar os produtos.

Além de medicamentos caros, a quadrilha tem se especializado em eletrônicos e artigos de luxo. Apenas entre os meses de maio e julho, foram registrados furtos de processadores, joias e peças de vestuário de grifes renomadas, elevando a suspeita de que o crime organizado possa estar por trás dessas ações. As investigações revelam que, frequentemente, as cargas desaparecem de modo que dificilmente poderiam ocorrer sem a conivência de algum funcionário do aeroporto, caracterizando uma grave falha nos protocolos de segurança.

Os dados recentes da Secretaria de Segurança Pública (SSP) indicam que, entre janeiro e julho, houve uma significativa intensificação na criminalidade, com um aumento de 35% nos furtos em comparação ao ano anterior, num total de 897 ocorrências registradas. Em resposta a esses incidentes, a GruAirport, empresa responsável pela administração do terminal, reafirmou seu compromisso em colaborar com as investigações, embora tenha enfatizado que os detidos não eram vinculados à empresa.

A situação alarmante exige uma revisão dos sistemas de segurança para garantir a proteção das cargas que transitam por um dos principais pontos logísticos do país. A continuidade desses crimes, se não abordada com rigor, pode comprometer seriamente não apenas a reputação do aeroporto, mas também a confiança do setor comercial e dos clientes que dependem desse importante hub de transporte.

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