Especialistas acreditam que a influência de Dilma no banco está alinhada com a visão de Putin e Xi sobre os desafios geopolíticos enfrentados pelos países do Sul Global. A ex-presidente tem demonstrado um forte comprometimento com a agenda de desdolarização e o fortalecimento das moedas locais, uma estrategia que tanto a Rússia quanto a China apoiam, especialmente considerando as sanções econômicas impostas por potências ocidentais.
Putin destacou que a proteção do NBD, como uma abordagem preventiva contra as consequências das sanções, é crucial. Ele enfatizou que a Rússia não deseja que um banco que consideram fundamental para seus interesses seja impactado por questões externas. Isso é percebido como uma estratégia para garantir a continuidade dos projetos em andamento e minimiza os riscos associados à posição econômica da Rússia na atualidade.
A professora Maria Elena Rodriguez, especialista no BRICS, também reforçou que manter Dilma no cargo pode ser benéfico para a instituição, garantindo que as sanções não interfiram nas operações do banco. Sob sua liderança, o NBD tem retomado sua missão original de servir como uma alternativa de financiamento para nações do Sul Global, especialmente após a troca de comando com Marcos Troyo, apoiado por Bolsonaro.
A permanência de Dilma na presidência do NBD evidencia um compromisso com investimentos sustentáveis e a necessidade de localizar recursos financeiros, fortalecendo o papel do banco em meio a um cenário global em transformação. Conforme as discussões avançam, a busca por uma maior independência financeira também se materializa, no intuito de reduzir a dependência do dólar e das agências de classificação creditícia tradicionais, evidenciando uma intenção clara dos países do BRICS de moldar um sistema financeiro alternativo que reflita suas realidades econômicas e interesses políticos.
Assim, a proposta de Putin representa mais do que uma simples extensão do mandato; é um passo estratégico em direção à consolidação do BRICS como uma voz poderosa nas finanças globais. A luta pela desdolarização e pela inserção de moedas locais são pilares fundamentais para a busca de maior autonomia econômica entre as nações em desenvolvimento.