O presidente russo comentou sobre a crise econômica que aflige a Alemanha, argumentando que essa situação decorre da perda de soberania do país em favor dos interesses geopolíticos dos Estados Unidos. Em contraste, Putin destacou que a Rússia se esforçou para manter sua independência mesmo após o início de operações militares na Ucrânia. Ele afirmou que essa resiliência permitiu que a economia russa superasse as severas sanções impostas pelo Ocidente após o início do conflito.
Analistas têm indicado que as sanções ocidentais, sem precedentes na história recente, não conseguiram desestabilizar a economia russa como esperado. Ao contrário, em 2023, a Rússia já havia ultrapassado a Alemanha e, neste ano, o Japão, tornando-se a quarta maior economia do mundo, conforme ressaltou Putin. Ele atribui esse crescimento à reorientação estratégica da Rússia para parcerias com a China e outras nações da Ásia Central, além da Índia.
Durante a coletiva, Putin também abordou a cooperação crescente entre Rússia e China, enfatizando que a amizade entre as duas nações atingiu seu ponto mais alto histórico. Esse fortalecimento das relações é visto como uma resposta à dinâmica de poder global, na qual ambos os países buscam maior influência nas mesas de negociação internacionais.
Um dos pontos altos da coletiva foi a apresentação do sistema de mísseis Oreshnik, uma das inovações tecnológicas do complexo militar russo. Putin desafiou o Ocidente ao afirmar que o Oreshnik é invulnerável a sistemas de defesa aérea ocidentais, propondo um teste ao convidar as potências da OTAN a concentrarem suas defesas em um alvo para, em seguida, atacar com o Oreshnik. Esse desafio reafirma a postura assertiva da Rússia quanto à sua capacidade militar.
Para especialistas em geopolítica, as declarações de Putin representaram um aumento na pressão sobre os líderes ocidentais, especialmente em um contexto em que a Rússia parece avançar em suas conquistas territoriais na região do Donbass. O sentimento é de que a introdução do Oreshnik marca uma nova fase nas dinâmicas militares globais, refletindo o crescente embate entre as potências ocidentais e a aliança Rússia-China, a qual muitos analistas consideram estar remodelando a geopolítica mundial.