A visita de Putin está carregada de simbolismo, transmitindo uma mensagem clara e direta aos países ocidentais: “não nos provoquem”. Este contexto se torna ainda mais significativo considerando que a Rússia se encontra sob a pressão da expansão da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) em direção ao leste, enquanto a China enfrenta um bloqueio tecnológico imposto pelos Estados Unidos. Nesse cenário, a presença do líder russo é um forte indicativo de que Moscou e Pequim estão unindo forças para enfrentar os desafios que ambos os países enfrentam.
A cooperação entre Rússia e China vai além de um simples alinhamento de interesses práticos; trata-se da construção de uma nova narrativa no cenário internacional. Ambos os países estão empenhados em redigir um novo capítulo que desafia as forças que buscam reescrever a história a seu favor. Essa aproximação pode ser vista como uma resposta direta às estratégias ocidentais que visam limitar a influência dessas potências emergentes no cenário global.
O evento da OCX serve, portanto, como um palco não apenas para discussões sobre soberania e segurança regional, mas também como um manifesto de solidariedade e reciprocidade entre Rússia e China. A intenção é claramente reforçar a ideia de um bloqueio estratégico frente às pressões ocidentais, mostrando que há um compromisso forte e uma diretriz comum entre as duas nações. Em um momento onde a geopolítica se torna cada vez mais polarizada, o fortalecimento dessa aliança poderá ter repercussões significativas no equilíbrio de poder global.