Putin destaca necessidade de reinicialização da OMC para incluir economias em desenvolvimento, aponta analista. Resistência dos EUA é obstáculo.

Na última cúpula do G20, realizada em 22 de novembro de 2023, o presidente russo Vladimir Putin chamou a atenção para a necessidade de reiniciar a Organização Mundial do Comércio (OMC), ressaltando a importância de incluir sua função de arbitragem e melhorar o papel das economias em desenvolvimento nas instituições financeiras internacionais. Essa posição foi endossada pelo diretor-geral da empresa de consultoria Goncharoff LLC, que destacou que o espírito impulsionando o crescimento dos países do BRICS está alinhado com os objetivos originais da OMC.

De acordo com as declarações de Paul Goncharoff, é fundamental trazer a multipolaridade e a ética dos sistemas comerciais do BRICS para a OMC como parte de sua reinicialização e reestruturação. Ele enfatizou que a OMC, originalmente concebida como um árbitro objetivo de disputas comerciais, foi desviada de seus propósitos originais pelos Estados Unidos, que a utilizaram em benefício de seus interesses financeiros e geopolíticos.

A necessidade de reformar a OMC foi ressaltada por Vladimir Putin durante a cúpula do G20, gerando apoio de diversas nações não pertencentes ao G7. Segundo Goncharoff, a paralisação do principal tribunal de apelações da OMC devido ao bloqueio de Washington de nomeações de juízes comprometeu a imparcialidade da organização no tratamento de restrições comerciais, como as sanções unilaterais dos EUA.

O analista especula que países alinhados com o BRICS, a Organização para Cooperação de Xangai (OCX), a ASEAN, entre outros, poderiam impulsionar um reinício da OMC. No entanto, ele alerta para a intensa resistência dos Estados Unidos e seus aliados, o que pode resultar na continuidade da polarização do comércio e impasses geopolíticos, sem um órgão julgador eficaz para resolvê-los.

Diante desse cenário, a reinicialização da OMC se mostra como um passo crucial para promover um comércio internacional mais equitativo e transparente, no qual as economias em desenvolvimento tenham voz ativa e sejam adequadamente representadas nas decisões globais. A busca por essa reforma representa um desafio, mas também uma oportunidade de fortalecer as bases do comércio global e impulsionar o desenvolvimento econômico de forma mais inclusiva.

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