Putin expressou a necessidade urgente de estabilizar a situação no território sírio, enfatizando a importância de garantir a soberania, a independência e a integridade territorial da nação. Este apoio russo se torna ainda mais relevante considerando a recente escalada de violência no país, que resultou na derrubada do ex-presidente Bashar al-Assad, após mais de 14 anos no poder. Assad, que enfrentou uma significativa ofensiva de grupos armados, acabou se refugiando na Rússia, onde recebeu asilo.
A ofensiva contra o governo sírio, que se intensificou no final de novembro, resultou na captura de importantes cidades por forças antigovernamentais que rapidamente avançaram até Damasco. Nesse contexto, Ahmed Sharaa foi escolhido como o novo presidente interino da Síria, liderando um governo em um período de transição. Desde sua ascensão ao poder no início deste ano, ele tem buscado reverter o isolamento internacional da Síria, promovendo uma certa reintegração das estruturas civis e militares do país e suspendendo parte das sanções econômicas.
Entretanto, Sharaa não está livre de desafios. Ele enfrenta resistência de facções armadas que ainda leais a Assad, especialmente em regiões a predominância da minoria alauíta, o grupo étnico ao qual o ex-presidente pertence. A situação no país continua a ser volátil, com múltiplos atores envolvidos em um complexo jogo político e militar.
Por sua parte, a Rússia reafirmou seu compromisso de cooperação com o novo governo sírio, na busca por desenvolver relações bilaterais mais robustas e contribuir para a pacificação do país. A mensagem de Putin reflete uma estratégia clara de Moscovo em manter sua influência na região, ao mesmo tempo em que se posiciona como um aliado em tempos de crise. Assim, a Rússia não apenas busca estabilizar um aliado tradicional, mas também pretende assegurar seus próprios interesses geopolíticos em meio a um cenário internacional conturbado.