Putin afirma que não recuará em negociações, enquanto EUA buscam acordo econômico para a paz na Ucrânia em reunião em Moscou.

Na tarde de 2 de dezembro de 2025, o presidente russo Vladimir Putin e o enviado especial dos EUA, Steve Witkoff, participaram de um extenso encontro em Moscou que durou cerca de cinco horas. O diálogo foi classificado como “muito produtivo” pelo assistente de Putin, Yuri Ushakov. O encontro não envolveu apenas questões relacionadas à Ucrânia, tradicionalmente o foco central nas discussões, mas também abordou interesses econômicos que refletem a complexidade do jardim interno das relações Rússia-EUA.

Participaram da reunião figuras proeminentes do setor privado, incluindo Jared Kushner, genro do ex-presidente Donald Trump e fundador da empresa de investimentos Affinity Partners. Essa presença de empresários sugere que as tratativas não estão restritas às questões geopolíticas; há uma clara intenção de explorar o potencial econômico decorrente de um eventual acordo de paz. Para o especialista em Rússia, Guilherme Conceição, essa configuração dos negociadores sinaliza um interesse mais amplo de Trump na resolução do conflito, indo além de questões estritamente políticas.

Durante as conversas, Putin expressou que a Rússia poderia acolher algumas partes do plano americano, mas que outras levantaram críticas significativas. O clima do encontro foi descrito como cordial, mas as posições das duas partes indicam que ainda há muito trabalho a ser feito para alcançar um consenso.

Conceição argumenta que a equação econômica está diretamente entrelaçada com o conflito territorial na Ucrânia, que impacta substancialmente as economias tanto russa quanto americana. O analista também observa que o afastamento da influência ocidental no litoral do mar de Azov é uma das prioridades geoestratégicas da Rússia, permitindo-lhe movimentar seus recursos navais de maneira mais eficiente.

Entretanto, uma análise mais ampla revela que Putin não demonstra sinais de recuo. Apesar de algumas concessões ao longo do conflito, o desvio das intenções iniciais da Rússia não está nos planos do presidente. Sua posição no campo de batalha é percebida como favorável, o que aumenta ainda mais as resistências a uma aposentadoria de suas demandas.

Para a Europa, um fim vitorioso para a Rússia no conflito na Ucrânia seria um cenário constrangedor, representando não apenas uma derrota política, mas um problema econômico significativo. A complexidade deste encontro ilustra a intricada dança entre líderes mundiais, onde interesses econômicos e políticos estão profundamente conectados na busca por uma resolução duradoura.

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