PT em São Paulo encara escassez de quadros para 2026 após eleições municipais sem avanços e preocupação com falta de renovação na esquerda.

Nas eleições municipais deste ano em São Paulo, o PT manteve apenas as quatro cidades que já comandava, sem conquistar nenhuma nova prefeitura. Essa situação deixou o partido preocupado com a falta de quadros na esquerda, não apenas dentro do partido, mas de forma mais ampla para as próximas eleições em 2026.

Os números apresentados nessas eleições refletem a estagnação da esquerda quando se trata de novas lideranças. Além do PT, o PSB, de centro-esquerda, foi o único partido próximo do espectro político a conquistar prefeituras no interior do estado, porém, em menor quantidade do que anteriormente.

Um fato que chama atenção é a presença de apenas 3 vereadores de esquerda entre os 10 mais votados para a Câmara Municipal da capital paulista, sendo duas do PSol e uma do PT. Enquanto isso, partidos mais à direita ou ao centro, como PL, Republicanos e PSD, têm mostrado crescimento não só em prefeituras e no legislativo, mas também na quantidade de filiações.

A cientista política Juliana Fratini avalia que atualmente há mais renovação por parte da direita do que da esquerda. Ela ressalta a dificuldade de renovação de quadros dentro do PT, com exemplos como os deputados Rui Falcão e Eduardo Suplicy, ambos com idades avançadas.

Fratini destaca que as elites consolidadas da esquerda têm dificuldade em promover novas lideranças, preferindo manter o controle dos partidos e dos recursos. Além disso, a resistência à inovação por parte dos mais jovens e a dependência de figuras como Luiz Inácio Lula da Silva também são apontadas como fatores que dificultam a renovação da esquerda.

Para as próximas eleições em 2026, tanto o PT quanto o PSol têm o desafio de encontrar quadros fortes para disputar cargos importantes, como o governo do estado e o Senado. Enquanto na direita nomes como Eduardo Bolsonaro e Ricardo Salles já são cotados para o Senado, a esquerda enfrenta dificuldades em encontrar lideranças com peso político e popular para essas posições.

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