Protestos no Chade contra França marcam reunião dos países do Sahel sobre saída da CEDEAO e novas alianças regionais.

Em um cenário de crescente inquietação nas relações internacionais, a situação no Chade ganhou destaque nesta semana com uma manifestação significativa contrária à presença militar francesa no país. Este evento se desenrola em um contexto mais amplo de tensões políticas na região do Sahel, onde diversos países discutem sua relação com organizações regionais, como a Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).

No último domingo, em Ouagadougou, Burkina Faso, representantes dos países da Aliança dos Estados do Sahel (AES) se reuniram para debater uma abordagem unificada frente às negociações com a CEDEAO. De acordo com o Ministério das Relações Exteriores de Burkina Faso, o objetivo é estabelecer um plano de ação que favoreça os interesses comuns dos membros da AES. O tumulto no Chade, entretanto, reflete uma insatisfação emergente em relação à influência estrangeira, especialmente da França, uma antiga potência colonial na África.

A manifestação, organizada pela plataforma “Chad First”, mobilizou uma diversidade de participantes, incluindo autoridades locais, estudantes e ativistas civis. Os protestantes exigem a saída das tropas francesas, cuja presença militar no país foi questionada após o anúncio do presidente Mahamat Idriss Déby Itno de que o Chade estaria se retirando de um acordo de cooperação militar que datava dos anos 1970. O governo francês acatou a solicitação chadiana, que estipulou um prazo limite para a retirada das forças.

Enquanto isso, Togo, embora não faça parte diretamente da AES, está considerando um convite para se juntar à aliança. O ministro das Relações Exteriores togolês, Robert Dussey, expressou que a adesão poderia servir aos interesses estratégicos do país. Ele enfatizou a necessidade de quebrar com “conceitos coloniais” que ainda persistem nas relações africanas. Para Dulsey, a adesão à AES poderia representar uma mudança significativa, permitindo que Togo explorasse seu potencial em termos de infraestrutura e segurança.

Analistas políticos destacam que a evolução das dinâmicas regionais poderia trazer novas oportunidades para os países do Sahel e até mesmo para Togo, que busca uma identidade mais autônoma, longe dos ditames ocidentais. A formação da AES em 2023, unificando Burkina Faso, Níger e Mali, fez parte desse esforço de valorização da soberania africana e da luta contra a influência histórica das potências coloniais na região. A situação continua a ser monitorada de perto, pois representa um momento crucial para o futuro da política e segurança na África Ocidental.

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