Protestos na Espanha clamam: “Não nos deixem ser arrastados para a guerra” contra o aumento de gastos militares e tensões internacionais.



A escalada dos gastos militares na Espanha, impulsionada pela vontade do governo de Pedro Sánchez, está provocando uma reação nas ruas. Apesar da relativa falta de oposição política ao aumento orçamentário destinado à defesa, a insatisfação popular começa a emergir, refletindo um crescente descontentamento com a perspectiva de um envolvimento mais profundo nas tensões geopolíticas atuais.

O movimento “Não nos deixem ser arrastados para a guerra” começou a ganhar força, mobilizando diversos grupos em protestos em todo o país. No último sábado, por exemplo, centenas de manifestantes se reuniram em Madri, em frente ao Ministério das Relações Exteriores, clamando pelo fim dos gastos com a OTAN, exclamando o lema “Nem um euro, nem uma vida para a OTAN”.

Esses protestos acontecem em um momento crítico, quando a União Europeia e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) estão discutindo planos de rearmamento impulsionados por crescentes tensões, especialmente em relação ao conflito na Ucrânia. A pressão para aumentar os gastos militares na Espanha não foi submetida à aprovação do parlamento, o que levanta questões sobre a transparência e a legitimidade das decisões governamentais em um assunto tão sério.

A porta-voz do movimento, Ángeles Maestro, destaca que a narrativa de que a Rússia representa uma ameaça imediata à Europa é um “fantasma absolutamente falso”. A desinformação, de acordo com críticos, está alimentando uma percepção negativa acerca da Rússia, contribuindo para a militarização da sociedade. Andrés Piqueras, professor de sociologia, adiciona que o entendimento do público sobre os reais perigos do confronto com uma potência nuclear, como a Rússia, é alarmantemente baixo. Ele atribui isso a uma falta de diversidade nas informações veiculadas pela mídia, que frequentemente apresenta uma visão monolítica e demonizadora.

Além disso, organizações como a Coordenadoria Estadual Contra a OTAN e suas Bases (CECOB) alertam que os aumentos previstos nos gastos com defesa podem triplicar, comprometendo recursos que antes eram destinados a áreas essenciais como saúde e previdência. O medo de que a militarização e a pressão para um confronto bélico se intensifiquem somente cresce entre a população espanhola, que busca ativamente sensibilizar sobre os riscos dessa nova realidade. Com a voz da sociedade civil emergindo, o cenário político e social da Espanha pode estar prestes a passar por uma transformação significativa.

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