Em São Paulo, a mobilização concentrou-se na icônica Avenida Paulista, em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp). Convocadas pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, as manifestações contaram com a presença de centenas de pessoas que brandiram faixas e cartazes em defesa da manutenção das punições. Os manifestantes enfatizaram que qualquer tentativa de redução de penas configura um retrocesso institucional. O slogan “sem anistia” foi amplamente repetido ao longo do evento. Um carro de som foi montado para permitir que líderes políticos, representantes de movimentos sociais e parlamentares discursassem, sendo que a manifestação ocorreu de forma pacífica, acompanhada pela Polícia Militar.
No Rio de Janeiro, a celebração não ficou atrás. A orla de Copacabana se transformou em um palco de manifestações com shows de renomados artistas, como Chico Buarque e Caetano Veloso, atraindo dezenas de milhares de participantes. Em Brasília, a marcha se desenrolou na Esplanada dos Ministérios, reforçando a pressão sobre o legislativo nacional.
As tensões em torno do Projeto de Lei da dosimetria aumentaram após sua aprovação na Câmara dos Deputados, em uma votação controversa realizada na madrugada do dia 10 de dezembro. O texto agora se encontra no Senado, onde será analisado pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania na próxima quarta-feira (17). Se aprovado, o ex-presidente Jair Bolsonaro, condenado a mais de 27 anos de prisão, poderá ter sua pena reduzida significativamente.
O clima de incerteza gerado por este projeto trouxe à tona críticas. A senadora Teresa Leitão expressou sua expectativa de que o Senado atue como uma verdadeira “casa revisora”, cumprindo seu papel de zelar pela integridade das leis e da justiça. As manifestações de hoje, portanto, foram um reflexo das preocupações de um setor significativo da população, que se opõe a qualquer diminuição das penalidades, especialmente em casos que envolvem ataques à democracia.










