Analistas políticos consideraram a decisão de Macron como uma aposta arriscada, especialmente em um momento de avanço da extrema direita na Europa. Com a possibilidade de uma nova vitória do partido de extrema direita Reagrupamento Nacional (RN), cinco sindicatos convocaram a manifestação deste fim de semana.
A líder do sindicado CFDT, Marylise Léon, alertou que a democracia francesa está enfrentando um momento crucial, com a possibilidade de mudanças significativas diante da ascensão da extrema direita. As manifestações em Paris reuniram apoiadores da democracia, defensores dos direitos dos estrangeiros e da comunidade LGBTQIAP+.
Desde as eleições europeias, o partido de extrema direita Reagrupamento Nacional tem se fortalecido, conquistando 93% dos municípios franceses. O temor em relação ao RN tomou diferentes formas na manifestação em Paris, relembrando os protestos de 1º de maio de 2022, quando quase um milhão de pessoas saíram às ruas contra o candidato de extrema direita Jean-Marie Le Pen.
Com pesquisas indicando um crescimento do RN nas intenções de voto, o cenário político na França está cada vez mais tumultuado, com o partido de extrema direita despontando como um dos favoritos. A antecipação das eleições legislativas trouxe ainda mais incertezas, dividindo inclusive partidos de esquerda, como o França Insubmissa (LFI), que gerou polêmica ao retirar cinco deputados críticos de Jean-Luc Mélenchon.
A incerteza política na França reflete um momento de forte polarização e turbulência, com a população se mobilizando para evitar a chegada da extrema direita ao poder. A expectativa é de que as ruas continuem sendo palco de protestos e manifestações nas próximas semanas, à medida que as eleições se aproximam.