Protesto contra reforma judicial obriga legisladores mexicanos a mudarem de local de debate, cercados por corrente humana.

Na manhã desta terça-feira, um protesto contra o projeto de reforma judicial do presidente mexicano Andrés Manuel Lopez Obrador gerou tumulto em frente à Câmara dos Deputados do México. Os manifestantes formaram uma corrente humana ao redor do prédio, o que obrigou os legisladores a se mudarem para um centro esportivo nas proximidades para dar continuidade às discussões.

O líder do partido governista Morena na Câmara dos Deputados, Ricardo Monreal, pediu calma aos colegas e evitou conflitos com os manifestantes. Ele anunciou que o debate sobre a reforma judicial seria realizado no centro esportivo no bairro Magdalena Mixhuca, próximo a uma pista de corrida de Fórmula 1. O projeto de lei polêmico propõe a eleição de todos os juízes federais mexicanos, incluindo os da Suprema Corte, por voto popular.

Monreal justificou a reforma afirmando que a população do México solicitou a mudança e que o partido respeita a livre manifestação dos cidadãos contrários ao plano. O presidente Lopez Obrador considera a reforma uma prioridade em seus últimos dias de mandato, alegando que ela combaterá a corrupção no sistema judicial do país. A intenção é aprovar a reforma antes de passar o cargo para Claudia Sheinbaum, eleita presidente em junho.

A proposta de reforma judicial gerou reações negativas de juízes, da oposição, de investidores e até mesmo de autoridades americanas. Críticos afirmam que a medida prejudicará a independência do Judiciário e consolidará o controle do partido governista, comprometendo os freios e contrapesos necessários em uma democracia. Muitos manifestantes que participaram do protesto trabalham no sistema Judiciário.

A discussão do texto da proposta de reforma judicial estava agendada para a manhã desta terça-feira na Câmara dos Deputados, com debates adicionais marcados para quarta-feira. O partido Morena e seus aliados detêm uma maioria significativa na Câmara, o que poderia facilitar a aprovação das mudanças constitucionais propostas. Após a aprovação na Câmara, o projeto seria encaminhado para discussão no Senado. A tensão em torno da reforma judicial permanece alta, com protestos contínuos e críticas sendo direcionadas ao governo.

Sair da versão mobile