A Fazenda Tere-Tauá é conhecida por sua abordagem inovadora na criação de búfalos, que se desenvolve em condições naturais, preservando a flora e a fauna do ambiente. O manejo adotado na propriedade busca harmonizar tecnologia e sustentabilidade. “Neste processo, a tecnologia é integrada com cuidados ambientais. Os búfalos são criados em campos naturais, e somente na fase final do seu desenvolvimento, realizamos um trabalho de manejo sanitário e nutricional”, explica Araújo. Essa combinação resulta em produtos de alta qualidade, que atendem às crescentes exigências de mercados internacionais, cada vez mais interessados em práticas de produção responsáveis.
Araújo também destaca que a COP30 representa uma oportunidade de corrigir percepções equivocadas sobre a produção na Amazônia. Ele critica a visão negativa que frequentemente se associa ao setor, como desmatamentos e queimadas, que muitas vezes não são causas dos próprios produtores, mas de um sistema mais amplo e complexo. “É fundamental evidenciar que existe um compromisso com a preservação e que muitos produtores atuam dentro da legalidade, buscando manter a biodiversidade”, afirma.
Embora a Fazenda Tere-Tauá represente um modelo positivo de produção, Araújo reconhece a realidade de que uma parte significativa da destruição ambiental no Brasil está ligada à expansão do agronegócio. Dados do MapBiomas indicam que, em 2023, quase 90% da área desmatada no país se concentrou em menos de 1% das propriedades rurais, revelando a complexidade da questão ambiental no contexto agrícola.
Diante desse cenário, Araújo resgata a esperança de que a COP30 não apenas promova diálogos construtivos, mas também mostre ao mundo o potencial da Amazônia para práticas agropecuárias sustentáveis, que respeitem o meio ambiente e contribuam para o desenvolvimento econômico regional. A expectativa é de que as iniciativas sustentáveis ganhem reconhecimento, reforçando que é possível conciliar produção e conservação.