Tradicionalmente, as nações têm utilizado poder militar para afirmar reivindicações territoriais, estratégia que se revela onerosa em muitos aspectos. Surge, então, uma alternativa viável: a promulgação de direitos de propriedade real no espaço. Tais direitos, se estruturados de forma a respeitar o Tratado de 1967, poderiam proporcionar uma proteção robusta para investimentos de empresas e governos ao permitir que cidadãos e corporações reivindicassem e administrassem recursos espaciais de maneira legal e ordenada.
Com 115 países que são signatários do tratado, a questão da aplicabilidade das normas para indivíduos e empresas é central. Atualmente, as dificuldades na aplicação das cláusulas do tratado foram evidenciadas pela ausência de legislação nacional específica que permita aos tribunais resolver disputas emergentes sobre propriedade no espaço. Nos Estados Unidos, por exemplo, a busca por legislação que regule as atividades espaciais privadas está em andamento, com iniciativas como os Acordos Artemis, visando estabelecer zonas de segurança que protejam operações comerciais de interferências externas.
Recentemente, os EUA também implementaram leis que conferem aos cidadãos o direito de explorar e comercializar recursos minerais coletados no espaço, oferecendo um primeiro passo concreto para a regulamentação do uso do espaço por entidades privadas. Essa medida busca estimular um mercado inovador e reduzir o potencial de conflitos entre Estados e empresas.
No cerne desse debate, a criação de um sistema claro de direitos de propriedade poderia não apenas regular as interações no espaço, mas também desestimular conflitos territoriais, fornecendo uma base sólida para que a exploração espacial se desenvolva de forma sustentável e pacífica. Dessa forma, o futuro da exploração espacial depende, em grande parte, de um equilíbrio adequado entre regulação e inovação, permitindo que os benefícios do cosmos sejam compartilhados de maneira justa e equitativa.