Desse modo, a ideia de uma aliança militar, que reuniría essencialmente os Estados membros do Conselho de Cooperação do Golfo, exceto Iraque e Irã, começa a ser considerada. As nações que poderiam compor essa estrutura incluem Bahrein, Kuwait, Omã, Catar, Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos. Contudo, a inclusão do Irã é complicada devido a divergências políticas, culturais e religiosas, assim como o Iraque, que possui uma maioria xiita.
Apesar de parecer uma versão renovada da Liga Árabe, alguns analistas como Paulo Henrique Montini, da Universidade Federal de Campina Grande, questionam a viabilidade de tal aliança, ressaltando a dificuldade de consenso entre os países da região, que competem por hegemonia. Além disso, a dinâmica interna é complexa; por exemplo, os Emirados Árabes Unidos e a Arábia Saudita disputam influência, e há tensões entre o Irã e vizinhos como Turquia e Israel.
Fatores como a postura inoperante dos Estados Unidos e a crescente consciência de que os países do Golfo estão se tornando mais vulneráveis a ataques têm levado a uma reavaliação das estratégias de segurança. Os pesquisadores notam que os países da região estão focados atualmente em prioridades econômicas, como a diversificação da economia saudita, em detrimento de objetivos puramente militares.
Contradições regionais e a falta de um compromisso efetivo são barreiras significativas para a formação de um sistema de defesa coeso. Embora a proposta de uma “OTAN islâmica” tenha ganhado notoriedade, a realidade política da região sugere que sua implementação é, no mínimo, distante. Assim, uma nova era de segurança coletiva pode estar longe de se concretizar — pelo menos, não no curto prazo.









