O rapper Oruam, filho de Márcio dos Santos Nepomuceno, conhecido no mundo do crime como “Marcinho VP”, foi mencionado diretamente na discussão em torno da emenda, que rapidamente ficou conhecida como “Lei Anti-Oruam”. Segundo Kataguiri, a intenção por trás da proposta é frear o uso de obras musicais, videoclipes e eventos como plataformas para a glorificação do crime. O parlamentar enfatizou que o crime organizado moderno tem ousado utilizar a comunicação e a cultura como ferramentas de influência, alcançando jovens e comunidades vulneráveis.
Kataguiri sublinha que, ao longo dos últimos anos, diversos fenômenos culturais têm sido instrumentais na promoção de uma narrativa que glorifica a violência e o tráfico de drogas. Nesta linha, o deputado e o Movimento Brasil Livre (MBL), do qual é um dos líderes, já expressaram críticas contundentes às letras do rapper Oruam, alegando que suas canções fazem uma apologia ao Comando Vermelho, uma das facções criminosas mais tradicionais do país.
Entretanto, a proposta ainda está em fase de análise e enfrentará um intenso debate quanto aos limites entre a liberdade artística e a apologia à criminalidade. Esse tema já se mostrou divisivo no ambiente político e cultural brasileiro, refletindo um dilema entre proteger a liberdade de expressão e combater a disseminação de mensagens que promovem a violência. Com a crescente transformação e adaptação das estratégias do crime organizado, a discussão em torno da proposta de Kataguiri deve ganhar relevância e, possivelmente, modificar o cenário da música e da arte no Brasil.
