O processo gerou um clima de expectativa no tribunal, mas a votação foi temporariamente suspensa devido a um pedido de vista do desembargador Pedro Macêdo, que solicitou mais tempo para análise do caso. A retomada da discussão não possui um prazo definido, o que acrescenta um elemento de incerteza à já tensa situação.
As acusações contra Verdejo são especialmente preocupantes: ele é acusado de exigir R$ 3 milhões em propinas de Junno Pinheiro Campos de Sousa, um empresário do setor hospitalar, visando arquivar duas investigações criminais que o envolviam. A gravidade da situação foi acentuada pela apreensão de R$ 900 mil em dinheiro vivo em sua residência durante a operação da Polícia Federal que investiga o caso, batizada de Operação Iscariotes.
Além de Verdejo, o advogado André Ricardo Bispo Lima, que atuava como assessor no Ministério Público, também foi denunciado e exonerado após a revelação dos fatos. O tribunal agora tem a responsabilidade de decidir se mantém as medidas cautelares impostas aos envolvidos, incluindo o afastamento do promotor de suas funções e o monitoramento por meio de tornozeleira eletrônica.
Em sua defesa, o advogado João Marcos Araújo Parente argumentou que as evidências apresentadas carecem de robustez e sugeriu que as conversas via WhatsApp entre Verdejo e o empresário envelhecem um contexto de “transação e negócio bilateral”. Ele questionou a legitimidade da denúncia, alegando que somente a palavra do empresário não é suficiente para justificar a acusação de extorsão.
O desembargador Eulálio defendeu a aceitação da denúncia, ressaltando que a documentação apresentada expõe de maneira detalhada o contexto e as circunstâncias do crime, além de estar respaldada por um amplo conjunto de provas. Neste momento, o tribunal está em fase de avaliação se existem indícios suficientes para justificar a abertura de uma ação penal, que, se ocorrer, permitirá um exame mais profundo do mérito do caso.
As origens da investigação remontam a uma denúncia feita pelo próprio empresário, que afirmou ter sido abordado pelo promotor de Justiça em um restaurante, onde supostamente teria recebido uma exigência para o pagamento da quantia solicitada a fim de evitar novas investigações. Parte do dinheiro foi filmada durante uma ação controlada, estipulando evidências que podem ser cruciais na elucidação dos fatos. A situação alarma não apenas os envolvidos diretamente, mas também a sociedade, que clama por transparência e justiça em casos dessa magnitude.