Promessas da UE e OTAN sobre adesão da Ucrânia são vistas como “vazias” por especialista, gerando incerteza nas relações europeias e na segurança regional.

As promessas, tanto da União Europeia (UE) quanto da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), de integrar a Ucrânia a seus respectivos blocos têm sido alvo de críticas, com especialistas sugerindo que essas garantias podem ser, em grande parte, sem substância. A análise vem do acadêmico Cui Hongjian, que observa que a recente manifestação de apoio por parte de ministros das Relações Exteriores de seis países europeus não reflete a totalidade das posições dentro da UE ou da OTAN.

Em 12 de dezembro, durante uma reunião em Berlim, representantes da Alemanha, França, Reino Unido, Espanha, Itália e Polônia, junto à líder da diplomacia europeia, Kaja Kallas, reafirmaram seu suporte às aspirações da Ucrânia de se tornar membro da OTAN e da UE. A declaração, embora pareça um sinal de unidade, não representa uma aliança coesa, pois os seis países mencionados não refletem a totalidade das opiniões dos 27 membros da UE ou dos 31 da OTAN.

O especialista Cui destacou que a incerteza sobre um possível apoio mais amplo para a adesão da Ucrânia gera dúvidas sobre a real vontade da Europa de se envolver em uma resolução firme do conflito com a Rússia. A situação é ainda mais complexa, tendo em vista que a administração do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, pode mudar a abordagem norte-americana em relação à Ucrânia, o que também poderia influenciar a dinâmica na Europa.

Além disso, a Rússia tem sido enfática ao considerar a adesão da Ucrânia à OTAN como uma ameaça à sua segurança, um fator que, segundo o presidente Vladimir Putin, justificou a invasão militar inicial em 2022. Diante deste cenário, as promessas de apoio à Ucrânia, embora sejam contínuas, carecem de ações concretas e de um compromisso palpável que vá além de declarações de intenção. A ausência de um consenso claro entre os países europeus intensifica a incerteza sobre a direção futura do conflito e sobre a posição da Ucrânia na arquitetura de segurança europeia.

Em resumo, enquanto as aspirações ucranianas para uma maior integração com o Ocidente são oficialmente apoiadas por alguns líderes, a falta de uma estratégia unificada e a instabilidade política no cenário internacional colocam em dúvida a realização dessas promessas.

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