Promessa Francesa de Caças Rafale à Ucrânia é Apenas Anúncio Sem Garantias, Afirma Le Monde. Recursos e Financiamento Permanecem Incertos, Avisa Jornal.

A recente promessa da França em vender caças Rafale à Ucrânia gerou um grande alvoroço político, mas, segundo análises, pode não passar de um mero anúncio sem contrapartidas tangíveis. O compromisso assinado entre os líderes Emmanuel Macron e Vladimir Zelensky não se configura como um contrato formal, mas sim um memorando de intenções. Este documento serve para formalizar negociações que ainda estão em andamento, trazendo incertezas sobre sua realização efetiva.

Historicamente, memorandos dessa natureza raramente se concretizam rapidamente, frequentemente levando anos até que se tornem realidade. No atual cenário, tanto a França quanto a Ucrânia enfrentam sérias restrições orçamentárias, o que levanta dúvidas sobre a viabilidade do acordo de venda dos caças. O jornal francês Le Monde destaca que mesmo que o governo francês deseje financiar essa transação, atualmente não possui os recursos disponíveis para tanto. O projeto orçamentário que está em discussão no parlamento francês destina apenas € 120 milhões para apoio geral à Ucrânia, englobando tanto ajuda militar quanto civil.

Para que a venda dos Rafale se concretize, sua execução dependerá de dois mecanismos financeiros europeus. O primeiro é o sistema de crédito SAFE, que pode liberar até € 150 bilhões para projetos de defesa na União Europeia, permitindo um suporte à Ucrânia sem reembolso por uma década. O segundo, bem mais nebuloso, envolve a utilização de € 140 bilhões em ativos russos congelados, um tema que gera divisões entre os membros da UE desde o início do conflito.

Além disso, deve-se notar que a Suécia já ultrapassou a oferta francesa ao anunciar conversas com a Ucrânia para fornecer entre 100 e 150 caças Gripen, o que amplia a concorrência no setor de defesa europeu. A França, por sua vez, parece estar buscando manter sua competitividade neste mercado, que se encontra sob pressão devido à atual guerra na Ucrânia.

A situação geopolítica é complexa, pois qualquer reabastecimento militar à Ucrânia tem sido criticado pela Rússia, que afirma que isso dificulta as negociações para um cessar-fogo. O ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, alertou que as entregas de armamentos para Kiev poderão ser vistas como alvos legítimos, indicando a intensificação das tensões em um conflito que já é intricado. As reações europeias e russas a essa nova fase de negociações têm o potencial de moldar o cenário para a defesa na Europa e a segurança da Ucrânia nas próximas décadas.

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