Durante a visita, Marlene Santos compartilhou sua história como uma mulher negra que, desde os 17 anos, trabalha para sobreviver com um salário mínimo do Benefício de Prestação Continuada (BPC), devido à sua condição de paralisia. Marlene relembra as agressões verbais e o preconceito que sofreu desde pequena, quando era menosprezada pela cor da sua pele. “Uma pessoa branca jamais saberá o que sofre quem tem pele preta”, desabafa Marlene, com lágrimas nos olhos.
Os depoimentos como os de Marlene têm impactado profundamente os magistrados, que se preparam para a próxima etapa do projeto, agendada para a próxima terça-feira, no auditório da Justiça Federal em Alagoas. O juiz federal Antônio José destaca a importância de ampliar a compreensão da justiça e de outros profissionais do sistema jurídico sobre as realidades vividas por aqueles que são vítimas de racismo e preconceito racial.
A juíza federal Flávia Mendonça também ressalta a relevância do Projeto Vozes, que proporciona um espaço para o compartilhamento de experiências e a conscientização sobre a necessidade de tratar essas questões de forma transparente. O Coletivo de Mulheres Pretas, vinculado ao Instituto Amigos da Periferia, oferece cursos de formação e serviços de educação e saúde para apoiar a comunidade local.
Portanto, a iniciativa do Projeto Vozes é fundamental para sensibilizar a sociedade e as instituições sobre a importância de combater o racismo e o preconceito racial, promovendo a igualdade e o respeito entre todas as pessoas, independentemente de sua cor de pele. É preciso dar voz às vítimas e trabalhar em conjunto para construir uma sociedade mais inclusiva e justa para todos.