Durante a audiência, diversas críticas surgiram em relação à falta de discussão sobre os impactos ambientais da obra. Maria Elizabete Grimberg, coordenadora da área de resíduos sólidos do Instituto Pólis, questionou a necessidade do ecoparque, sugerindo a implantação de sistemas de biodigestão para tratamento de resíduos. Ela enfatizou a importância de pensar em uma São Paulo do futuro como uma cidade resíduo zero, que não enterra nem queima resíduos.
A falta de diálogo com a população também foi destacada pelo defensor público Paulo Alvarenga, que ressaltou a importância de ouvir a vontade dos moradores que serão impactados pelo projeto. Em meio às críticas, surgiram sugestões alternativas, como a destinação adequada de resíduos e a ampliação da coleta seletiva, em detrimento da implementação de incineradores.
Representantes da prefeitura presente na audiência afirmaram que as nascentes do Rio Aricanduva estão sendo protegidas e que as árvores cortadas serão substituídas por exemplares nativos. Além disso, defenderam a construção do incinerador como uma forma de gerar empregos na região, considerando que São Paulo produz diariamente 13 mil toneladas de lixo.
O vereador eleito Nabil Bonduki, presente na audiência, criticou a falta de estudo aprofundado sobre os impactos do projeto e questionou a empresa responsável pela viabilidade ambiental do ecoparque, alegando que também atuou em projetos polêmicos como o túnel da Vila Mariana. Bonduki acredita que a mobilização da sociedade pode fazer a diferença na segunda votação do projeto.
Diante das polêmicas, uma nova audiência pública está agendada para a próxima segunda-feira (2/12), para discutir o tema. Enquanto isso, a Prefeitura de São Paulo defende a ampliação da Central de Tratamento Leste e a criação do Ecoparque Leste como uma modernização na gestão de resíduos sólidos, respeitando todas as exigências ambientais e contando com autorização dos órgãos competentes. O projeto segue em debate no Legislativo e pode ser acompanhado pela população.