Em entrevista à imprensa, Hélio Abreu, sócio da construtora, confirmou que as tratativas estão em andamento, mas ressaltou que tudo segue em sigilo. Especialistas e advogados consultados alertam para a possível insegurança jurídica e a necessidade de cumprir os requisitos legais, urbanísticos e ambientais para empreendimentos desse porte. Além disso, a falta de debate público sobre a venda do espaço tem preocupado os ambientalistas, que defendem a realização de estudos de impacto ambiental e audiências públicas.
O Promotor de Justiça de Urbanismo do Ministério Público de Alagoas, Jorge Dória, ressaltou que o ecossistema da Lagoa da Anta é protegido por lei e representa um cartão-postal da cidade. Moradores e frequentadores da região também expressaram preocupação com a possível descaracterização do local, que atualmente conta com construções baixas, coqueiros e uma área verde preservada.
Além das questões ambientais, urbanísticas e jurídicas, o projeto das megatorres na Lagoa da Anta levanta dúvidas sobre infraestrutura, mobilidade e impacto socioambiental. A ausência de um plano de saneamento adequado e de informações claras sobre o estacionamento para os novos moradores são algumas das preocupações levantadas. Ainda, o desatualizado Plano Diretor da cidade pode beneficiar a construção das torres, que se encontra em fase final de discussões públicas.
Diante da incerteza sobre o futuro da área e das consequências que o empreendimento pode trazer para a região, a população local teme a perda de um espaço verde e harmonioso que compõe a paisagem de Maceió. A discussão sobre a preservação da Lagoa da Anta e o impacto das megatorres na região deve ser acompanhada de perto pelos órgãos de controle e pela sociedade, a fim de garantir o equilíbrio entre progresso e preservação ambiental.