Projeto Mate Masie garante assistência em saúde mental para indígenas e quilombolas alagoanos, com foco na equidade e diversidade.

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) está implementando um projeto inovador que visa garantir assistência em saúde mental para indígenas e quilombolas em Alagoas. Chamado de Mate Masie, esse programa oferece aos residentes acesso a cuidados médicos, oficinas culturais e iniciativas de geração de renda.

O objetivo principal desse projeto é cuidar dessas comunidades levando em consideração suas diversidades de gênero, raça e etnia. Isso é feito através da construção coletiva de estratégias de cuidado e capacitação dos profissionais da saúde. O Mate Masie é executado por meio de ações itinerantes, que incluem visitas domiciliares, rodas de conversa com mulheres, oficinas de capoeira, oficinas de geração de renda e atividades relacionadas ao Programa Bolsa Família.

De acordo com o secretário de Estado da Saúde, médico Gustavo Pontes de Miranda, o projeto tem como objetivo fortalecer a Rede de Atenção Psicossocial e garantir os direitos dos povos originários, além de promover a equidade. A iniciativa envolve equipes multidisciplinares e secretarias do Governo de Alagoas, focando na garantia da saúde mental e dos direitos constitucionais dessas comunidades.

Um levantamento realizado pela Gerência de Vigilância e Controle de Doenças Não Transmissíveis da Sesau revelou que a violência psicológica/moral é o segundo tipo mais comum de violência entre os indígenas em Alagoas, seguida pela violência sexual e física. Além disso, a violência autoprovocada também é um problema significativo, com a maioria dos casos envolvendo mulheres.

A assessora técnica de Vigilância de Causas Externas da Sesau, assistente social Amanda Baltazar, ressaltou a importância da vigilância e notificação de casos de violência contra indígenas. O programa Mate Masie conta com parcerias com diversas entidades e secretarias do estado, demonstrando um esforço conjunto para garantir a saúde e o bem-estar dessas comunidades vulneráveis.

Os números mostram que a violência afeta indígenas tanto em áreas tradicionais quanto em áreas urbanas, com casos registrados em diversos municípios alagoanos. Pariconha, Palmeira dos Índios, Joaquim Gomes e Maceió são algumas das cidades com maior número de notificações. A identidade dos agressores e os locais onde a violência ocorre também são pontos de análise no relatório.

Em resumo, o programa Mate Masie representa um esforço valioso para garantir a saúde mental e o bem-estar das comunidades indígenas e quilombolas em Alagoas, demonstrando um compromisso sério das autoridades locais em promover a equidade e o respeito aos direitos humanos desses grupos histórica e culturalmente marginalizados.

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