Projeto imobiliário polêmico em Maceió: MPE estabelece prazo para esclarecimentos sobre demolição do Hotel Jatiúca e impacto ambiental.

O Ministério Público Estadual (MPE) de Alagoas está investigando um polêmico projeto imobiliário que prevê a demolição do Hotel Jatiúca, um ícone em Maceió. O empreendimento, proposto pela Construtora Record, levanta preocupações com o impacto ambiental e urbanístico, especialmente sobre a Lagoa da Anta, uma área de grande valor ecológico e cultural.

Após a notícia da aquisição do hotel ser divulgada, a falta de transparência em relação aos detalhes do projeto gerou grande preocupação entre a comunidade local e especialistas. O medo de que a estrutura atual seja substituída por uma “selva de pedras” levou o MPE a agir prontamente, notificando a Prefeitura de Maceió e a Construtora Record para que prestem esclarecimentos sobre a iniciativa.

Especialistas ouvidos pela imprensa de Maceió expressaram temores com relação aos possíveis danos irreparáveis à Lagoa da Anta, ressaltando a importância de estudos de impacto ambiental e urbanístico mais aprofundados. O advogado e ex-secretário de Meio Ambiente de Maceió, Alder Flores, enfatizou a necessidade de processos legais, como audiências públicas, para avaliar projetos desse tipo.

A responsabilidade de assegurar a conformidade com as leis ambientais e urbanas recai sobre a Prefeitura e os órgãos ambientais, cuja aprovação é indispensável para o avanço do projeto. Por sua vez, a Construtora Record defende que o novo empreendimento promoverá uma evolução no turismo local, embora os detalhes específicos da proposta permaneçam sob sigilo.

Com a preservação da identidade da região em jogo, a iniciativa é agora objeto de escrutínio por parte da Promotoria de Justiça de Urbanismo, que sinalizou medidas para prevenir impactos adversos à ordem urbanística. O arquiteto e urbanista Dilson Ferreira, residente na região, expressou sua preocupação diante da potencial transformação da área, enfatizando o valor patrimonial da Lagoa da Anta como um dos últimos vestígios naturais na linha costeira de Maceió.

O Ibama e o Ministério Público Federal também foram notificados para atuar no caso, embora ainda não tenham emitido posicionamento oficial. A comunidade aguarda ansiosa por respostas que poderão definir o futuro de um dos mais conhecidos cartões-postais da cidade. A Prefeitura e a Construtora Record têm 15 dias para esclarecer as questões levantadas pelo MPE, e cabe agora aguardar para ver como essa polêmica será resolvida.

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