Projeto de Lei proposto por Cláudio Castro no Rio de Janeiro permite troca de dívidas por áreas de reflorestamento.

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, surpreendeu ao anunciar um projeto que permitirá aos devedores trocar débitos por áreas de reflorestamento. Essa proposta, que será encaminhada à Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, visa resolver o passivo do Estado com proprietários de áreas de preservação que não foram indenizados quando tiveram seus terrenos transformados em áreas de conservação ambiental. Além disso, a medida também perdoaria a sonegação fiscal bilionária de empresas que atuam no território fluminense, como o empresário Ricardo Magro, que acumula dívidas em seis estados brasileiros.

Durante o evento “Rumos 2025”, realizado pelo jornal Valor Econômico, o governador Castro explicou que a redução de carga tributária em troca de áreas de preservação possibilitará que tanto devedores quanto quem tem crédito de ICMS possam adquirir essas áreas e assim gerar mais créditos de carbono. A iniciativa conta com o apoio de autoridades federais, como o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin.

A proposta poderá beneficiar diretamente Ricardo Magro, que é considerado o maior devedor do país, com dívidas acumuladas em R$ 20,8 bilhões. O empresário exerce forte influência no governo do Rio de Janeiro, com aliados estratégicos em cargos-chave, como o secretário da Fazenda e o secretário do Ambiente e Sustentabilidade.

No entanto, a relação entre o governador Cláudio Castro e o vice-governador Thiago Pampolha está estremecida, uma vez que Pampolha se filiou ao MDB e rompeu com o partido do governador. Isso gerou especulações sobre a possibilidade de Castro concorrer ao Senado e apoiar Rodrigo Bacellar na disputa pelo governo em 2026.

A proposta de alívio fiscal e a ligação de autoridades do governo com Ricardo Magro geraram questionamentos, mas até o fechamento desta reportagem, o governo do Rio de Janeiro não se manifestou sobre o assunto. A relação entre poder político e interesse empresarial continua a gerar debates e polêmicas no cenário político atual.

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