Projeto de lei propõe destinar parte do auxílio-reclusão para vítimas de crimes cometidos por segurados presos, em análise no Senado.

Um projeto de lei em análise no Senado propõe uma alteração na Lei de Benefícios da Previdência Social para destinar uma parte do valor do auxílio-reclusão à vítima de crime cometido pelo segurado que está preso. O PL 6.024/2023 determina que 30% do benefício sejam direcionados a quem foi vítima de ato ilícito praticado pelo segurado.

A legislação atual estabelece que o auxílio-reclusão é pago aos dependentes do trabalhador de baixa renda enquanto este estiver preso em regime fechado e sem receber remuneração da empresa para a qual trabalha. Além disso, o benefício não é concedido se o segurado já estiver recebendo outros benefícios previdenciários, como auxílio doença, pensão por morte, salário-maternidade, aposentadoria ou abono de permanência em serviço.

De acordo com o projeto em análise, se houver mais de uma vítima do crime, o percentual do auxílio será dividido em partes iguais entre elas. No caso de falecimento da vítima após o crime, o valor será destinado aos seus herdeiros.

O senador Plínio Valério (PSDB-AM), autor da proposta, justificou que a mudança é uma “medida de justiça” e que o crime cometido gera consequências sobre a esfera jurídica da vítima e de seus familiares, os quais não podem ficar à margem da proteção social.

O projeto está em análise na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) e também será votado na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) e na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE).

A tramitação do texto é terminativa, ou seja, se for aprovado na CAE, seguirá para a análise da Câmara dos Deputados, sem precisar passar pelo plenário do Senado, a menos que haja recurso dos senadores para isso.

A proposta representa uma tentativa de equilibrar as demandas sociais e as necessidades das vítimas de crime, inserindo-as no contexto das políticas de proteção social em um momento em que a discussão sobre reformas na previdência social permanece em pauta. A medida gerou debates entre os senadores e deve continuar a ser discutida em audiências públicas e sessões legislativas antes de ser votada.

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