Progressistas e Republicanos no governo federal causam insatisfação e divisão entre parlamentares, que formam oposição ao presidente Lula no Congresso

A entrada de Progressistas e Republicanos no governo federal tem causado insatisfação entre parte dos parlamentares filiados aos dois partidos. Atualmente, cerca da metade dos deputados e senadores das siglas fazem oposição aberta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Congresso Nacional.

A discordância surgiu depois que Silvio Costa Filho, do Republicanos, e André Fufuca, do Progressistas, foram nomeados para os ministérios de Portos e Aeroportos e Esporte, respectivamente. Essa mudança ministerial ocorreu após um acordo entre o governo e o Centrão, grupo que reúne diversos partidos do chamado “centro” político.

Apesar dos esforços do Planalto em enfatizar que as indicações foram pessoais e não partidárias, os presidentes dos dois partidos, Marcos Pereira (Republicanos) e Ciro Nogueira (Progressistas), têm feito declarações públicas afirmando que as nomeações foram independentes das respectivas legendas. No entanto, aos parlamentares, garantem que os partidos permanecem independentes e em posição crítica em relação ao governo.

Atualmente, dos 49 deputados e 6 senadores do Progressistas, 24 deputados e 3 senadores são frequentemente contrários às propostas de Lula. A realidade é semelhante no caso do Republicanos: dos 41 deputados e 4 senadores, 17 deputados e todos os senadores se posicionam contra o governo. No total, cerca de 48 parlamentares das duas siglas no Congresso estão na oposição.

Um dos parlamentares com uma postura mais radical é o deputado federal Tenente-Coronel Zucco, do Republicanos. Ele acredita que o discurso de independência é apenas uma “narrativa” com a qual ele não concorda. Zucco afirma que irá se reunir com Marcos Pereira e não descarta a possibilidade de deixar o partido caso acredite que sua oposição não seja interessante para a legenda.

Outro político do Republicanos, o senador Cleitinho, também expressou opiniões semelhantes. Ele afirma que as pautas do partido são a liberdade e a economia, que não estão sendo priorizadas pelo governo. Cleitinho enfatiza que não irá deixar o partido, mas defende que quem está se aliando ao governo é que deveria sair.

Já a deputada Clarissa Tércio, do Progressistas, destaca que seguirá na contramão do governo, defendendo as pautas que considera importantes para o povo brasileiro, como a oposição à legalização do aborto, das drogas e ao aumento de impostos.

Por outro lado, o presidente da bancada evangélica, deputado Silas Câmara, minimiza qualquer crise interna provocada pela aproximação com o governo. Ele elogia o novo ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, afirmando que ele fará um excelente trabalho, mas ressalta que, pessoalmente, não tem compromissos com o governo, pois representa uma frente parlamentar evangélica que tem diferenças de opinião em relação a Lula.

Em resumo, a entrada de Progressistas e Republicanos no governo federal gerou discordância entre alguns parlamentares filiados às siglas, que passaram a se posicionar na oposição ao presidente Lula. Apesar das declarações dos presidentes partidários de que as nomeações foram pessoais, os descontentes afirmam que procurarão dialogar com as lideranças e analisarão a possibilidade de deixarem os partidos caso não se sintam representados.

Sair da versão mobile