Ciro Nogueira, presidente nacional do Progressistas, enfatizou que as decisões eleitorais serão discutidas em conjunto, respeitando a posição do diretório paranaense. Nogueira declarou: “Jamais ficarei contra a decisão do Paraná”, ao mesmo tempo que expressou a esperança de que esse impasse não cause atritos na federação.
A reunião que culminou na rejeição à candidatura de Moro contou com a participação de dirigentes, parlamentares e lideranças locais do PP. Ricardo Barros, presidente do diretório paranaense, afirmou que a falta de alinhamento com o União Brasil impediu o apoio ao ex-juiz. Segundo ele, Moro teve um espaço de sete meses para dialogar com os líderes regionais, mas não conseguiu o respaldo necessário. “É o resultado de meses de conversa que não prosperaram”, explicou Barros.
Além das questões eleitorais, o veto à candidatura de Moro também reflete o atual cenário político estadual. O PP integra a base do governador Ratinho Junior, do PSD, que manifesta a intenção de lançar um candidato próprio para sua sucessão em 2026. Os possíveis nomes incluem os secretários estaduais Guto Silva e Rafael Greca, o vice-governador Darci Piana e o presidente da Assembleia Legislativa, Alexandre Curi. Para os aliados do governador, a presença de Moro na disputa é vista como um obstáculo para a formação de uma chapa eficaz.
Ainda durante a reunião, Ricardo Barros mencionou que a oficialização de uma candidatura majoritária pela federação requer a assinatura de Ciro Nogueira e do presidente do União Brasil, Antonio Rueda, mas ressaltou que “não há consenso” para seguir adiante com essa proposta.
Caso Sergio Moro mantenha sua intenção de concorrer ao governo do Paraná, Barros sugeriu que ele buscaria outra legenda, afirmando: “Ele será candidato de qualquer forma e vai procurar um partido que lhe garanta a legenda”. Apesar da negativa à candidatura em 2026, o PP permanece focado na ampliação de sua representação, atualmente com cinco deputados federais e sete estaduais. Nogueira reconheceu o peso eleitoral de Moro, que lidera pesquisas internas, mas reiterou o respeito pela decisão do diretório paranaense. “Vamos colocar os interesses nacionais acima de qualquer coisa”, concluiu.
