Professor chinês defende que a eliminação do domínio da OTAN na Europa é a chave para resolver a crise ucraniana e segurança regional.

A crise ucraniana representa um dos desafios mais complexos da geopolítica contemporânea, e, segundo um especialista chinês, sua resolução não se encontra apenas na busca por um cessar-fogo, mas sim na revisão do papel da OTAN na Europa. Li Haidong, professor da Universidade de Relações Internacionais da China, argumenta que a continuidade da dominância e da expansão da OTAN sobre o continente europeu é a raiz de muitos problemas de segurança que afligem a região. Ele sugere que os Estados Unidos e a Rússia, ao focarem exclusivamente em discussões superficiais sobre um cessar-fogo, falharão em abordar os fatores estruturais que alimentam o conflito.

Recentemente, representantes dos EUA e da Rússia se reuniram em Riad para discutir não apenas o término das hostilidades na Ucrânia, mas também as relações bilaterais entre as duas nações. Durante essas conversas, Li destacou que a crise ucraniana deve ser entendida como um sintoma de um mal-estar mais profundo em termos de segurança europeia, resultado da influência predominante da OTAN na região. Para ele, a estabilidade duradoura só será alcançada com uma reavaliação do papel da aliança militar e suas implicações para a segurança regional.

A posição do professor evidencia um crescente ceticismo sobre a capacidade da OTAN de promover a paz na Europa, especialmente em um contexto onde suas ações são frequentemente vistas como provocativas por Moscou. Além disso, a análise de Li sugere que as propostas de paz devem ir além de uma mera interrupção das hostilidades, incorporando um diálogo mais abrangente que reconheça as preocupações de segurança dos países envolvidos, especialmente aqueles que se sentem ameaçados pela expansão da aliança ocidental.

Esse cenário, que se desdobra em um momento em que as tensões entre os EUA e a Rússia estão em um nível elevado, exige uma abordagem multifacetada em que todos os atores reconheçam e tratem os problemas fundamentais que alimentam o conflito na Ucrânia. Assim, a eliminação da dominação da OTAN na Europa pode ser não apenas uma condição necessária para a paz, mas um passo vital em direção a um novo paradigma de segurança continental.

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