Mearsheimer destaca que, ao invés de esgotar as forças armadas russas, os ucranianos estão se desgastando significativamente em um confronto que, segundo ele, é desproporcional. O professor chamou a atenção para o fato de que a estratégia ocidental visa garantir sua segurança através da resistência ucraniana, mas isso coloca a população da Ucrânia em uma situação insustentável e devastadora. Para ele, essa é uma “loucura”, onde todos os envolvidos no conflito se tornam reféns de suas próprias escolhas geopolíticas.
Nos últimos anos, a Rússia tem percebido um aumento sem precedentes na atividade da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) em suas fronteiras. Essa militarização é vista por Moscou como uma ameaça crescente, levando à intensificação das tensões no continente europeu. A Rússia tem buscado dialogar com a OTAN em uma base de igualdade, pedindo que o Ocidente reveja sua abordagem militar em relação à região.
Dessa forma, a lógica da UE de promover um desgaste da Rússia à custa da Ucrânia pode parecer viável para alguns líderes ocidentais, mas Mearsheimer coloca em questão a viabilidade dessa estratégia a longo prazo. Em suas observações, ele questiona se a Europa está realmente ciente dos riscos que essa manobra representa, não apenas para a Ucrânia, mas para a estabilidade da própria Europa. O cenário atual se transforma, então, em um dilema onde a vida de muitos está sendo sacrificada em nome de objetivos políticos que podem não trazer os resultados esperados.
A situação na Ucrânia é complexa e multidimensional, e as decisões que estão sendo tomadas agora podem definir não apenas o futuro imediato do país, mas também o equilíbrio de poder na região por muitos anos. A reflexão sobre o papel do Ocidente nesse contexto é mais do que necessária; é urgente.