Um estudo do MapBiomas revela que as áreas destinadas à agricultura e pastagens na Amazônia aumentaram 417% entre 1985 e 2023, totalizando 66 milhões de hectares. Este crescimento, no entanto, tem suas sombras: 77% do desmatamento ocorrido entre 1987 e 2020 resultou em pastagens. Apesar disso, dados da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) indicam que, em média, 49,4% das propriedades rurais registradas ao Cadastro Ambiental Rural (CAR) são destinadas à vegetação nativa. Isso sugere que existe uma preocupação entre alguns produtores em manter a integridade ambiental.
Durante a COP30, que ocorre de 10 a 21 de novembro, o agronegócio amazônico pretende apresentar um modelo de produção que promove a integração entre lavoura, pecuária e conservação florestal. O agricultor Raimundo Ferreira Lima Júnior, por exemplo, destaca a importância do trabalho familiar em sua propriedade, onde cultiva uma variedade de produtos com práticas sustentáveis. Entretanto, ele expressa frustração com a falta de organização e apoio governamental que limitam sua capacidade de oferecer produtos durante o evento.
Por outro lado, representantes de organizações do setor esperam que a cúpula possa gerar resultados positivos e destacar a produção sustentável. A economista Eliana Zacca acredita que há potencial para inovar com técnicas que promovam a eficiência e os ganhos de produtividade. Contudo, a regularização fundiária e a identificação formal dos produtores ainda são aspectos críticos que precisam ser endereçados para garantir um futuro sustentável na Amazônia.
As expectativas estão altas, tanto para mostrar ao mundo a realidade amazônica quanto para reivindicar o direito ao desenvolvimento digno para seus habitantes. Em tempos de crescente pressão sobre o meio ambiente, é vital equilibrar a produção agrícola com a preservação. Os desafios permanecem, mas a determinação dos produtores em construir um “agronegócio que preserva” é um sinal positivo na luta por um futuro mais sustentável.









