No Brasil, a uva-passa consumida é praticamente toda importada, devido à pequena produção nacional. Segundo Reginaldo Teodoro de Souza, pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), isso se deve ao clima e aos custos elevados para desidratar a uva no país. O clima ideal para a secagem das uvas é desértico, com temperaturas altas e baixa umidade, o que torna a produção nacional mais difícil.
De janeiro a outubro de 2024, o Brasil importou mais de 24 mil toneladas de uva-passa, no valor de US$ 47,7 milhões, sendo mais de 80% proveniente da Argentina. Isso se deve não apenas à facilidade de transporte, mas também às isenções de tarifas estabelecidas pelo Mercosul entre os dois países.
Um dos segredos para garantir a qualidade da uva-passa é colhê-la no ponto certo de maturação. É importante colher a uva madura, garantindo doçura e sabor. Após a secagem, a uva-passa perde cerca de 67% de seu peso inicial, mantendo as propriedades nutricionais da uva fresca.
Existem duas maneiras principais de secar as uvas: ao sol ou em fornos. No entanto, o alto custo de energia elétrica no Brasil torna a secagem em fornos inviável em larga escala. Países como a Turquia conseguem produzir grandes quantidades a baixo custo devido ao clima desértico.
Apesar das dificuldades, a uva-passa continua sendo um item marcante nas celebrações de Natal, despertando paixões e controvérsias entre os brasileiros. Mesmo sendo importada, sua presença nas mesas festivas é uma tradição que se mantém viva.