Produção de petróleo de países não integrantes da OPEP+ pode equilibrar mercado até 2025, alerta especialista em energia.

Em uma entrevista exclusiva, um especialista do setor de petróleo explicou que os cortes acordados na Organização dos Países Exportadores de Petróleo e associados (OPEP+) estão previstos para compensar o crescimento da produção de petróleo em alguns países que não fazem parte da organização. Segundo ele, o mercado de petróleo pode atingir um equilíbrio em 2025, mas será influenciado pelo crescimento da produção da Guiana e do Brasil, que utilizam unidades flutuantes de armazenamento e transferência (FPSO) para desenvolver campos offshore.

A Guiana tem planos para colocar em operação a FPSO Guyana One em 2025, com uma capacidade de 250 mil barris por dia, enquanto o Brasil atingirá sua capacidade de projeto com a instalação flutuante Marechal Duque de Caxias, que entrou em operação na Bacia de Santos em outubro, com uma capacidade de 180 mil barris por dia. Esses projetos são essenciais para o mercado de petróleo e devem ter impacto significativo nos próximos anos.

De acordo com o Departamento de Energia dos EUA, a produção global de petróleo está prevista para atingir 102,59 milhões de barris por dia em 2024 e 104,24 milhões de barris por dia em 2025. Enquanto isso, a demanda global é esperada em 103,03 milhões e 104,32 milhões de barris por dia, respectivamente. A OPEP+ inicialmente planejava um aumento de 2,46 milhões de barris por dia na produção, mas agora pretende aumentar em apenas 1,23 milhão de barris.

O especialista ressaltou que a mudança na política da OPEP+ foi aprovada em dezembro e que o próximo relatório do Departamento de Energia, a ser divulgado em janeiro de 2025, levará em conta esse novo cenário. No entanto, ele alertou que, se a administração do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, cumprir a promessa de reduzir as restrições na área petrolífera dos EUA, os países da OPEP+ podem optar por aumentar a oferta de forma descontrolada, o que poderia alterar significativamente o equilíbrio do mercado de petróleo.

Diante deste panorama, todas as previsões atuais podem ser deixadas de lado, conforme destacou o especialista. A indústria do petróleo continuará a ser monitorada de perto nos próximos anos, com desafios e oportunidades surgindo em um mercado cada vez mais dinâmico e globalizado.

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