No entanto, mesmo diante do indiciamento dos políticos pela Polícia Federal (PF) em setembro, que identificou crimes como corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa, a Procuradoria-Geral da República decidiu não prosseguir com as acusações. Gonet reconhece a existência de indícios de notas fiscais falsas emitidas pela Hypermarcas em favor de empresas vinculadas a Milton Lyra Filho, apontado como lobista do MDB e operador do esquema investigado.
Apesar disso, o procurador-geral afirmou que não foi possível comprovar o envolvimento direto de Renan, Braga e Jucá nas irregularidades. Segundo Gonet, não há evidências que demonstrem que os parlamentares foram os beneficiários finais das vantagens ilícitas. Além disso, os relatórios de inteligência financeira dos senadores não estabelecem qualquer ligação concreta com o contexto investigado, o que fragiliza as acusações feitas pelos delatores em seus acordos de colaboração premiada.
Diante desse cenário, a PGR solicitou o arquivamento do inquérito em relação aos parlamentares, sugerindo que a investigação proceda em primeira instância, na Justiça do Distrito Federal, para analisar possíveis participações de outras pessoas sem foro privilegiado no STF. Agora, cabe ao ministro Edson Fachin, relator do caso, examinar o parecer apresentado e decidir os rumos da investigação.
As defesas de Renan, Braga e Jucá comemoraram a decisão da PGR, defendendo que desde o início da investigação em 2018, não houve provas concretas além do testemunho dos delatores, e destacando uma possível tentativa de criminalização da política. A CNN está tentando contato com as defesas de Lyra e da Hypera Pharma para obter mais informações sobre o caso.