Procurador-geral se opõe à soltura de acusado de atentado em Brasília e defende manutenção da prisão preventiva por gravidade dos atos cometidos.

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, manifestou-se firmemente contra a libertação de Wellington Macedo de Souza, um dos indivíduos envolvidos na tentativa de detonação de uma bomba nas proximidades do aeroporto de Brasília em dezembro de 2022. Atualmente, Macedo se encontra em prisão preventiva, um status que, segundo Gonet, deve ser mantido devido à gravidade das acusações que pesam sobre ele.

Em uma comunicação dirigida ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, que é o relator do caso, o procurador argumentou que as circunstâncias que levaram à decretação da prisão preventiva de Macedo permanecem inalteradas. Ele destacou que a defesa do acusado não apresentou novas evidências que pudessem provocar uma revisão ou revogação da decisão judicial inicial. Gonet reforçou que a custódia cautelar foi fundamentada de maneira adequada, levando em consideração as particularidades do caso.

O procurador apontou ainda que há numerosos elementos de prova que evidenciam o papel central de Macedo em uma “estrutura criminosa armada”, que visa desestabilizar o Estado Democrático de Direito e promover um golpe de Estado. Gonet mencionou que Macedo preparou um artefato explosivo com características semelhantes à dinamite, que foi colocado em um caminhão-tanque abastecido com querosene de aviação. Essa ação não apenas colocou em risco várias vidas, incluindo a do motorista do caminhão que, na ocasião, dormia no veículo, mas também buscou gerar pânico social e atenção midiática para fins antidemocráticos.

Ademais, o procurador lembrou que, um dia após a localização do dispositivo explosivo, Wellington Macedo teria rompido a tornozeleira eletrônica que utilizava como medida cautelar. Este ato, segundo Gonet, evidencia ainda mais a gravidade da conduta do acusado e substancia a necessidade da manutenção da prisão preventiva. A avaliação de Gonet se alinha com a decisão do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios, que já havia condenado Macedo a seis anos de prisão por expor vidas e integridade física ao perigo, além de provocar incêndio em material inflamável.

Esses eventos complexos colocam em evidência os desafios enfrentados pelas autoridades na manutenção da segurança pública e na proteção do Estado democrático, frequentemente ameaçado por indivíduos dispostos a sacrificar a ordem em nome de ideais extremistas.

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