Procurador-geral da República defende condenação de ex-integrantes da cúpula da PMDF por omissão em atos golpistas de 2023.

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, protagonizou um momento crucial nesta sexta-feira (14) no Supremo Tribunal Federal (STF) ao se posicionar de forma contundente em relação à condenação de ex-integrantes da cúpula da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) por omissão na contenção dos atos golpistas ocorridos em 8 de janeiro de 2023. Em suas alegações finais apresentadas no processo penal que envolve os réus, Gonet ressaltou a necessidade de punição aos envolvidos, entre eles os coronéis Fábio Augusto Vieira, Klepter Rosa Gonçalves, Jorge Eduardo Naime Barreto, Paulo José Ferreira de Sousa Bezerra, Marcelo Casimiro Vasconcelos Rodrigues, o major Flávio Silvestre de Alencar e o tenente Rafael Pereira Martins.

Segundo o procurador, os acusados devem cumprir pena de prisão e perder seus cargos na corporação, devido à responsabilidade atribuída a eles pelos crimes de tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça, contra o patrimônio da União, deterioração de patrimônio tombado, além da violação de normas internas da PMDF. Gonet destacou que a Polícia Militar possuía informações de inteligência que alertavam para o risco de atentados aos Três Poderes entre os dias 7 e 8 de janeiro de 2023, porém, os comandantes não agiram de forma eficiente, ignorando as informações e permitindo invasões a edifícios públicos e confrontos violentos.

As alegações finais da Procuradoria-Geral da República e das defesas dos acusados agora aguardam análise do relator do processo, ministro Alexandre de Moraes. Posteriormente, o caso será liberado para julgamento, sem data definida até o momento. A equipe da Agência Brasil está em busca de dados junto à defesa dos réus para garantir pluralidade de informações e espaço para manifestação. O desfecho desse caso certamente terá repercussões significativas no cenário político nacional e na confiança da população em relação às instituições responsáveis pela manutenção do Estado de Direito.

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