No último fim de semana, apoiadores de Bolsonaro organizaram manifestações em diversas cidades, como Rio de Janeiro, São Paulo e Salvador, clamando por anistia aos envolvidos nos episódios de violência ocorridos em 8 de janeiro de 2023. Durante esses protestos, Flávio Bolsonaro, um dos filhos do ex-presidente e senador pelo PL-RJ, realizou uma chamada de vídeo com seu pai, que estava impossibilitado de comparecer fisicamente ao evento devido às medidas judiciais.
Esse ato, ainda que virtual, foi interpretado como uma violação às restrições já estabelecidas e, segundo analistas, poderá inflar ainda mais o apoio ao bolsonarismo em um momento delicado para o país. A cientista política Beatriz Bandeira afirma que a situação será utilizada pelos aliados de Bolsonaro para pressionar o Judiciário e manter a convicção de que ele é alvo de uma persecução judicial, fortalecendo ainda mais a polarização política.
A radicalização da retórica contra o STF pode potencializar a narrativa de que Bolsonaro é vítima de um ataque a sua liberdade de expressão, o que favorece sua base de apoio. Contudo, essa estratégia pode ter um efeito limitado a longo prazo, especialmente diante de questões econômicas, como o recentemente anunciado tarifaço de 50% em produtos brasileiros pelo governo dos Estados Unidos.
Enquanto isso, no Congresso Nacional, aliados de Bolsonaro planejam uma reação contundente, incluindo uma reunião para discutir a possibilidade de um projeto de anistia, além de pressões para pautar o impeachment de Moraes. Apesar do fervor entre os bolsonaristas, especialistas acreditam que esses objetivos podem não se viabilizar devido à falta de apoio político consistente.
Este complexo cenário político brasileiro mostra como ações judiciais, manifestações populares e decisões econômicas internacionais podem se entrelaçar, complicando ainda mais a dinâmica entre os diferentes poderes do país e acirrando a polarização social.