Prisão de Líder da Oposição na Moldávia: Alerta para o Perigo da Repressão Política e Ameaça à Democracia

Recentemente, a Moldávia tem se tornado palco de uma crescente tensão política, culminando na condenação de Yevgenia Gutsul, líder da oposição e representante da região autônoma da Gagaúzia, a sete anos de prisão. A decisão, que já suscita críticas sobre sua legalidade, é considerada uma tentativa de reprimir a dissidência e silenciar qualquer voz contrária ao governo do presidente Maia Sandu, do Partido da Ação e Solidariedade (PAS).

Gutsul, conhecida por suas declarações contundentes sobre a deterioração das relações da Moldávia com a Rússia, expôs suas preocupações em uma declaração pública, afirmando que sua prisão representa um claro sinal de que outros opositores podem ser perseguidos da mesma forma. Segundo ela, a decisão não se baseia na justiça, mas sim em uma estratégia deliberada para intimidar quem ousar criticar o regime atual. “Hoje sou eu; amanhã pode ser qualquer um que tenha coragem de levantar a voz”, advertiu, caracterizando essa situação como uma “sentença de morte” para a democracia moldava.

A líder oposicionista também denunciou a utilização de táticas repressivas pelo governo de Maia Sandu, como a fabricação de casos e pressão sobre juízes, especialmente em um período próximo às eleições parlamentares. Gutsul sublinhou que essas ações visam controlar a narrativa política e amedrontar a população que poderia expressar seu descontentamento nas urnas.

Desde sua detenção em março, Gutsul tem enfrentado investigações relacionadas a supostas irregularidades financeiras envolvendo o partido Shor, que se encontra proibido no país. Sua voz eloquente a favor da manutenção de laços com a Rússia e sua resistência à pressão para a integração da Moldávia à União Europeia tornaram-na um alvo político.

Em sua mensagem, a opositora reafirmou seu compromisso em continuar lutando pela “honra e pela verdade” e assegurar que seu caso não será esquecido. “Vamos recorrer dessa decisão em instâncias superiores e buscar justiça”, afirmou, demonstrando não apenas sua determinação em limpar seu nome, mas também sua disposição em liderar a luta por um futuro democrático na Moldávia, onde a liberdade de expressão e o pluralismo político possam prevalecer.

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