Dois dos homens, com idades de 35 e 27 anos, foram detidos na quinta-feira, na Bulgária, em diferentes operações realizadas em Sofia e em Blagoevgrad. O terceiro suspeito foi capturado na Croácia, conforme revelado por uma fonte próxima à investigação. As detenções foram confirmadas pelo Serviço de Segurança Nacional da Bulgária e por porta-vozes das respectivas procuradorias locais.
Os três indivíduos são acusados de terem vandalizado o Museu Shoah na madrugada do dia 14 de maio. Na ocasião, aproximadamente 35 mãos vermelhas foram pintadas no Muro dos Justos, situado em frente ao museu. Esse muro é um monumento de extrema importância, contendo placas com os nomes de 3.900 homens e mulheres que arriscaram suas vidas para salvar judeus durante a Segunda Guerra Mundial.
De acordo com as autoridades, os suspeitos têm ligações próximas com círculos de extrema direita na Bulgária. A agência de segurança búlgara afirmou estar empenhada em identificar outros possíveis cúmplices e os instigadores deste ato de vandalismo. A Procuradoria de Paris, responsável pela investigação judicial, emitiu um mandado de prisão europeu, facilitando a detenção dos indivíduos em território estrangeiro.
Este incidente de vandalismo no Museu Shoah não é apenas um ataque ao patrimônio histórico, mas também um grave gesto antidemocrático e de intolerância. O Muro dos Justos é um símbolo do valor humanitário e da bravura daqueles que se opuseram ao regime nazista, arriscando suas próprias vidas para salvar os judeus da perseguição e do extermínio.
A investigação segue a todo vapor, e as autoridades francesas trabalham em conjunto com as agências de segurança dos demais países europeus para garantir que todos os envolvidos sejam levados à justiça. Em tempos em que o extremismo e o discurso de ódio ganham força, ações rápidas e coordenadas como essa são essenciais para preservar os valores democráticos e a memória histórica.