De acordo com o delegado Marcos Rogério Pereira Machado, responsável pela comunicação social da Delegacia Seccional de Taubaté, Nero foi encontrado escondido em Taubaté, cidade próxima a Tremembé, e foi detido em flagrante no local. Com ele, os policiais também apreenderam uma moto que provavelmente foi usada para cometer o crime. A investigação aponta Nero do Piseiro como o responsável por liderar e participar da chacina, que estaria relacionada a uma disputa por terras no assentamento.
O delegado Machado informou que aguardam a audiência de custódia para decidir se a prisão em flagrante será convertida em preventiva. Marcos Ricardo Parra, chefe da seccional de Taubaté, revelou que Nero, de 41 anos, admitiu seu envolvimento no crime e foi reconhecido por sobreviventes do ataque. O suspeito não utilizava máscaras durante a ação, sendo facilmente reconhecido pelos sem-terra presentes no local.
Nero do Piseiro, natural de Petrolina, Pernambuco, já possui um histórico criminal e foi condenado por porte ilegal de arma de fogo em 2024, recebendo uma sentença de dois anos de reclusão em regime inicial aberto. No entanto, ele foi posteriormente absolvido em segunda instância. Durante o depoimento, o suspeito preferiu permanecer em silêncio, mas posteriormente admitiu seu arrependimento e afirmou ter sido chamado para participar do crime.
Pai de sete filhos, Nero informou à polícia que possui o ensino médio incompleto e trabalha como autônomo, com uma renda mensal de R$ 2 mil. O suspeito também é conhecido por fazer ameaças e intimidar os assentados do MST, culminando no trágico episódio em Tremembé. O movimento afirma ter formalizado diversas denúncias à Polícia Civil contra Nero do Piseiro nos últimos dois anos, porém nenhuma investigação foi realizada até o momento. A prisão do suspeito traz um alívio à comunidade, mas também levanta questões sobre a segurança das áreas rurais e a necessidade de uma resposta mais eficaz às denúncias de violência no campo.