Primeiro Túnel Imerso do Brasil: Esperança de Mobilidade e Logística na Baixada Santista Após um Século de Projetos

Túnel imerso Santos-Guarujá: Um marco na infraestrutura brasileira após um século de espera

Com previsão de início das obras em 2025, o projeto do Túnel Santos-Guarujá representa um avanço significativo na infraestrutura do Brasil, materializando uma ideia que persegue as autoridades desde a década de 1920. Com 1,5 km de extensão, sendo 870 metros submersos sob o canal portuário, a nova travessia promete revolucionar a circulação na Baixada Santista.

Atualmente, a travessia de balsa entre Santos e Guarujá leva cerca de 18 minutos, podendo chegar a uma hora pelas rodovias que ligam as cidades. Com a implementação do túnel, estima-se que esse tempo seja reduzido a impressionantes 2 minutos. O investimento total na obra soma R$ 6 bilhões, proveniente do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC), com a complementação de R$ 800 milhões por parte da iniciativa privada.

O projeto será desenvolvido em parceria entre os governos federal e estadual, com a participação de duas empresas estrangeiras no leilão: a espanhola Acciona e a portuguesa Mota-Engil. Ambas têm experiência em projetos de grande porte, incluindo obras no metrô de São Paulo e contratos com a Petrobras. O leilão para a construção do túnel ocorrerá na B3, sede da bolsa de valores de São Paulo, com um contrato de 30 anos para operação e manutenção.

Além de facilitar a mobilidade de cerca de 36 mil usuários diários, o túnel promete integrar de forma eficiente a logística portuária da região, tornando o transporte de cargas mais seguro. O projeto inovador conta com tecnologia de túnel imerso, que se diferencia dos tradicionais túneis escavados. Os módulos de concreto são pré-moldados, construídos em terra e transportados por flutuação até o local de instalação, onde são protegidos por camadas de areia e pedras.

A construção do túnel também traz vantagens ambientais, pois exige menos desapropriações e reduz o impacto visual na região. O projeto inclui seis faixas de tráfego, ciclovia, passagem para pedestres e espaço para um futuro Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), além de sofisticados sistemas de monitoramento e segurança.

Com um histórico marcado por propostas frustradas ao longo do século, como a discussão de uma ponte levadiça na década de 1940, a concretização do túnel Santos-Guarujá sinaliza não apenas um passo maior para a mobilidade urbana, mas também uma era de investimentos em infraestrutura que visam melhorar a qualidade de vida dos cidadãos e impulsionar o desenvolvimento econômico da região.

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