Primeiro Caso de Microcefalia Ligado à Febre Oropouche é Registrado no Acre, Bebê Morre Após 47 Dias de Vida

Nesta quinta-feira, 8, o Ministério da Saúde anunciou o primeiro caso confirmado de microcefalia e outras anomalias congênitas relacionadas à febre oropouche no Brasil. A vítima foi um bebê que faleceu no Acre na última semana aos 47 dias de vida. A mãe, de 33 anos, relatou ter tido erupções cutâneas e febre durante o segundo mês de gestação, sintomas que, mais tarde, foram confirmados como infeção pelo vírus oropouche através de exames laboratoriais realizados após o parto.

O comunicado oficial informou que “os exames apontaram a presença de material genético do vírus em diversos tecidos do bebê, que apresentava microcefalia, malformação das articulações e outras anomalias congênitas.” A nota também esclareceu que, embora a correlação direta entre a transmissão vertical do vírus oropouche e essas anomalias ainda necessite de investigação aprofundada, outras hipóteses diagnósticas já foram descartadas.

A febre oropouche, causada pelo vírus Orthobunyavirus oropoucheense (OROV), assemelha-se na manifestação à dengue e é endêmica na região Amazônica. Neste ano, o Brasil registrou 7.286 casos em 21 estados, sendo quase 80% ocorridos em áreas endêmicas. Esse número representa um aumento expressivo em relação ao ano anterior, quando menos de 900 diagnósticos foram registrados ao longo do ano.

Diante dessa situação alarmante, a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) emitiu um alerta epidemiológico essa semana, sublinhando a expansão da doença para novas áreas e os primeiros relatos de mortalidade global decorrente da infecção, ocorridos no Brasil. Segundo a Opas, o país concentra cerca de 90% dos 8.078 casos identificados nas Américas em 2024. Além do Brasil, apenas outros quatro países registraram casos: Bolívia (356), Peru (290), Colômbia e Cuba (74 cada).

Este triste episódio chama a atenção das autoridades de saúde para a necessidade urgente de vigilância, prevenção e pesquisa aprofundada sobre a febre oropouche, uma vez que a doença não só se dissemina rapidamente, mas também apresenta potencial grave de impacto na saúde materno-infantil. Diante da confirmação de anomalias congênitas associadas ao vírus, o Ministério da Saúde e organizações internacionais precisam intensificar os esforços na investigação e controle dessa doença endêmica que ameaça se alastrar de forma ainda mais intensa.

Essa situação reforça a importância das campanhas de prevenção e da conscientização pública, visando minimizar os riscos e evitar que mais famílias sejam afetadas por essa doença grave e emergente.

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