Temporão, que possui uma sólida trajetória na área da saúde, com experiência na Fundação Oswaldo Cruz e no Instituto Nacional do Câncer, destaca que o câncer é um dos principais problemas de saúde pública e seu enfrentamento requer uma educação em saúde junto à população. Ele resalta a gravidade dessa enfermidade, que não se limita a um único tipo, mas abrange dezenas de variantes, tornando-se a principal causa de mortalidade em mais de 600 municípios brasileiros.
Além disso, há uma preocupação crescente com a desigualdade no acesso ao tratamento. Temporão observa que, apesar da relevância deste câncer, 70% das mortes ocorrem em países de baixa e média renda, como o Brasil. Ele argumenta que essas nações enfrentam desafios significativos sobre prevenção e acesso a tratamentos, muitas vezes limitados às abordagens mais tradicionais, como quimioterapias e cirurgias.
A questão do câncer é multifacetada, abrangendo não apenas aspectos médicos, mas também sociais, econômicos e éticos. O ex-ministro propõe uma reestruturação do Sistema Único de Saúde (SUS) para organizar os municípios em regiões, o que facilitaria o atendimento de pacientes com condições mais complexas e, consequentemente, ajudaria a reduzir a desigualdade regional no acesso aos serviços de saúde.
Com previsões da Organização Mundial da Saúde apontando para um aumento significativo de novos casos nas próximas décadas, a urgência de políticas públicas eficazes se torna evidente. Temporão defende que essas políticas devem garantir não apenas a prevenção, mas também a detecção precoce, tratamento adequado, reabilitação e cuidados paliativos, um conjunto de medidas que representa um desafio substancial para o sistema de saúde no Brasil.
