Campos Neto destacou que os aumentos de preços ao consumidor estão acelerando em toda a América Latina e que o Brasil historicamente enfrenta desafios maiores em relação à inflação. Ele ressaltou que o Brasil está em um momento em que o processo de desinflação encontra-se estagnado, devido ao aperto no mercado de trabalho.
Apesar disso, Campos Neto e os formuladores de políticas do Banco Central mantiveram as taxas de juros estáveis em 10,5% após interromper um ciclo de flexibilização em junho. A inflação anual atingiu o limite da meta em julho e os indicadores de atividade econômica superaram as expectativas.
O presidente do Banco Central ressaltou que os programas de transferência do governo, utilizados para minimizar os impactos da pandemia no mercado de trabalho, aumentaram recentemente. Ele também destacou a importância da coordenação entre as políticas monetária e fiscal para melhorar a situação econômica do país.
Campos Neto enfatizou que os banqueiros centrais em todo o mundo precisam compreender que a inflação está convergindo, mesmo que o processo tenha um custo significativo para a sociedade. Quanto à taxa de juros, ele mencionou que o Banco Central está disposto a aumentar os custos de empréstimos se necessário, enquanto traders e economistas acreditam que a instituição pode começar a elevar as taxas já no próximo mês.
Por fim, o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, deve nomear um substituto para Campos Neto antes do término de seu mandato em dezembro. O diretor de Política Monetária, Gabriel Galípolo, aliado de Lula e possível sucessor no BC, sinalizou a possibilidade de aumento da taxa de juros na próxima decisão em setembro, em meio a previsões de que os aumentos de preços ao consumidor permanecerão acima da meta até 2027.









