Pressão inflacionária devido ao mercado de trabalho apertado desafia o Banco Central, afirma Campos Neto durante conferência nos EUA.

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, expressou preocupação com o desafio de controlar a inflação devido ao mercado de trabalho apertado. Segundo ele, o processo de redução das pressões de preços tem sido mais lento do que o esperado, especialmente no contexto dos mercados emergentes como o Brasil. A declaração foi feita durante a conferência anual do Kansas City Fed em Jackson Hole, Wyoming, neste sábado.

Campos Neto destacou que os aumentos de preços ao consumidor estão acelerando em toda a América Latina e que o Brasil historicamente enfrenta desafios maiores em relação à inflação. Ele ressaltou que o Brasil está em um momento em que o processo de desinflação encontra-se estagnado, devido ao aperto no mercado de trabalho.

Apesar disso, Campos Neto e os formuladores de políticas do Banco Central mantiveram as taxas de juros estáveis em 10,5% após interromper um ciclo de flexibilização em junho. A inflação anual atingiu o limite da meta em julho e os indicadores de atividade econômica superaram as expectativas.

O presidente do Banco Central ressaltou que os programas de transferência do governo, utilizados para minimizar os impactos da pandemia no mercado de trabalho, aumentaram recentemente. Ele também destacou a importância da coordenação entre as políticas monetária e fiscal para melhorar a situação econômica do país.

Campos Neto enfatizou que os banqueiros centrais em todo o mundo precisam compreender que a inflação está convergindo, mesmo que o processo tenha um custo significativo para a sociedade. Quanto à taxa de juros, ele mencionou que o Banco Central está disposto a aumentar os custos de empréstimos se necessário, enquanto traders e economistas acreditam que a instituição pode começar a elevar as taxas já no próximo mês.

Por fim, o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, deve nomear um substituto para Campos Neto antes do término de seu mandato em dezembro. O diretor de Política Monetária, Gabriel Galípolo, aliado de Lula e possível sucessor no BC, sinalizou a possibilidade de aumento da taxa de juros na próxima decisão em setembro, em meio a previsões de que os aumentos de preços ao consumidor permanecerão acima da meta até 2027.

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