Anna Politkovskaya, conhecida por seus relatos incisivos de abusos aos direitos humanos durante as guerras na Chechênia nos anos 1990, foi morta a tiros no elevador de seu prédio em Moscou, em um assassinato que causou ondas de choque na Rússia e no exterior. A quem ordenou o assassinato permanece sem solução, apesar de outros quatro homens terem sido considerados culpados por organizar e executar o crime.
Ativistas afirmaram este ano que o governo russo iniciou uma campanha em massa para perdoar condenados em troca de lutar na Ucrânia. O perdão de Khadzhikurbanov segue uma série de decisões semelhantes na Rússia, onde o Kremlin está disposto a libertar criminosos condenados, incluindo assassinos e estupradores, contanto que ajudem no esforço de guerra na Ucrânia.
O assunto tem gerado polêmica na Rússia, com críticos condenando a prática como uma profanação da memória da vítima e pedindo por um maior esforço investigativo para solucionar o assassinato de Anna.
Na semana passada, a ativista russa de direitos humanos Alyona V. Popova revelou que outro condenado, Vladislav R. Kanyus, também foi perdoado devido ao seu serviço militar na Ucrânia. Esta prática de perdoar criminosos por servir na Ucrânia tem preocupado ativistas de direitos humanos, que acreditam que isso pode ter um efeito explosivo na sociedade russa.
A prática de perdoar condenados em troca de serviço na Ucrânia também gerou críticas por parte dos filhos de Anna e do jornal para o qual ela trabalhava, Novaya Gazeta, que publicaram uma declaração condenando os perdões e chamando-os de atos “monstruosos” de injustiça.
A notícia do perdão de Khadzhikurbanov foi inicialmente relatada pela agência de notícias russa Baza e pelo jornal de negócios RBC. Até o momento, o governo não se pronunciou oficialmente sobre o assunto. A questão de como o Kremlin está disposto a libertar criminosos condenados em troca de serviço na Ucrânia continua a gerar controvérsias e alimentar debates sobre a justiça e o sistema legal na Rússia.